Ministro da Saúde reafirma em Braga objetivo de ter uma geração livre do tabaco em 2040

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro disse ontem, em Braga, que a mudança na área do cancro foi “radical” nas últimas décadas, sublinhando que nos dias de hoje “vencemos muito mais do que vencíamos”, numa fase em que se continua a trilhar um caminho de “melhores resultados” em que o diagnóstico precoce e os hábitos de vida saudáveis devem ser valorizados e intensificados. O governante falava na gala dos dez anos da Delegação de Braga da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Reconhecendo que a prevenção é crucial, Manuel Pizarro, médico há mais de trinta anos, disse que é preciso “continuar a lutar contra o tabaco”, tema ao qual deu maior relevância no seu discurso, dias depois de o o conselho de ministros ter aprovado um conjunto de alterações à lei do tabaco. “Não é uma agenda para chatear as pessoas, é “preservar as pessoas que não fumam ao consumo do tabaco”. “Isto é tudo uma questão de as pessoas ganharem novos hábitos. Se a regulação do estado ajudar, sem prejudicar a liberdade, parece-me uma ideia bastante razoável”, continuou. 

Sobre as novas indicações que têm gerado alguma discussão, Manuel Pizarro lembrou que é preciso fazer mais “agora” para que em 2040 se cumpra o objetivo de “ter uma geração livre do tabaco”. Sublinhando ainda que a indústria do tabaco “anda sempre à frente” dos governos, Manuel Pizarro explicou que o objetivo dessa mesma indústria é diferente da de quem impõe novas leis: “o objetivo é tornar o vício do tabaco uma coisa agradável para os jovens que ainda não fumam”, apontou.

Com a lei do tabaco de 2007 em Portugal, a prevalência das pessoas adultas que fumam diminuiu, recordou ainda. “É um bom combate para quem acha que é bom acabar com o cancro”, argumentou.

Rastreios do pulmão, próstata e estômago devem intensificar-se


O diagnóstico precoce foi outro dos assuntos abordados pelo governante no seu discurso, antecipando a alteração da idade do rastreio da mama como um dos objetivos. Novos rastreios como do pulmão para os doentes fumadores, o rastreio do cancro da próstata e do estômago foram também enumerados por Pizarro, referindo a necessidade de um trabalho de colaboração entre instituições, nomeadamente a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Manuel Pizarro diz também que é preciso “acompanhar melhor os doentes pós-tratamento”, assim como as suas famílias. “Atenção humanizada é decisiva para a felicidade das pessoas”, notou.

Afirmando que o motor dos melhores resultados “é a ciência e as pessoas que fazem investigação”, Manuel Pizarro referiu a necessidade de “investigar mais” nomeadamente no nosso país, através das suas instituições de ensino superior. A Liga Portuguesa para o Cancro “está sempre presente”, disse, enaltecendo o trabalho e a forma de estar desta estrutura que só em Braga, na última década, acompanhou 650 pessoas com cancro através da realização de mais de dez mil sessões.

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Elsa Moura
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