Que sintomas justificam a ida à urgência no meio de uma pandemia?

Alguns profissionais de saúde têm dado conta do decréscimo significativo de pessoas que se deslocam às urgências hospitalares, ainda que tenham indícios de patologias graves, como Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). 

Em causa está, em muitos casos, o medo de infecção por Covid-19.

Marina Gonçalves, da área de medicina geral e familiar e membro do centro de medicina digital P5 da UMinho, considera haver alguma “iliteracia em saúde”, que leva os utentes a colocar todos os problemas, com diferentes graus de gravidade, “no mesmo saco”. 

“É fundamental que entendam a diferença entre algo simples e algo que não é tão simples. Perda de força, alteração da linguagem, desmaios, dor forte no peito ou falta de ar súbita exigem que se vá ao hospital”, explicou a médica. 

Por outro lado, “uma dor de gargante, febre, tosse simples ou constipação” devem ser tratadas em casa, com ajuda dos centros de saúde, que devem ser contactados, nesta fase, preferencialmente por telefone. Pessoas com estes sintomas “não devem recorrer ao hospital nem agora, nem em nenhuma altura do ano”.


“As pessoas têm medo de recorrer ao hospital entrar com uma doença, que pode não se confirmar, e sair de lá com Covid-19. Sabemos, até ao momento, que os circuitos estão separados. Doentes suspeitos vão para um lado e todos os outros doentes vão para outro lado”, acrescentou Marina Gonçalves. 


Consultas nos centros de saúde “estão a ser reduzidas”


As consultas presenciais “estão a ser reduzidas” nos centros de saúde. No entanto, os médicos mantêm contacto com doentes de risco e renovam medicação, através de chamada telefónica. “Só algumas consultas de saúde infantil estão a ser feitas presencialmente, nomeadamente as de vacinação”, informou Marina Gonçalves.

Os médicos estão a dar prioridade ao atendimento telefónico para perceberem a evolução das situações dos doentes, nomeadamente “diabéticos, hipertensos, grávidas e crianças”.

Ainda assim, em casos urgentes ou em que denotem alterações ao estado de saúde, as pessoas poderão contactar o centro de saúde para agendar uma consulta presencial. 

Pais não podem assistir aos partos 

As grávidas podem ser acompanhadas pelo telefone e através de consulta presencial, quando necessário. No entanto, o momento do parto será, durante esta fase, “mais solitário”. “Não é possível o pai assistir ao nascimento, sabemos que há pessoas assintomáticas que podem ser portadoras do vírus e restringimos o momento às pesoas necessárias. Os pais podem entrar por um curto período de tempo, mas a permanência que estava prevista teve que ser cancelada”, explicou a médica.

As grávidas devem apenas dirigir-se às urgência quando for realmente necessário. “Os hospitais estão a fazer um esforço adicional para que as equipas estejam a ser reforçadas e o parto corra com a maior das normalidades”, finalizou.

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Liliana Oliveira
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