Moderna diz que vacina é eficaz contra novas variantes mas investe num reforço

A empresa Moderna anunciou esta segunda-feira que os resultados dos estudos realizados indicam que a vacina que desenvolveram para a covid-19 protege as pessoas “contra as estirpes emergentes detectadas até à data”. No comunicado de imprensa, a empresa de biotecnologia refere apenas as variantes do Reino Unido e África do Sul sem qualquer referência à estirpe do Brasil e, apesar dos dados obtidos, anuncia que mesmo assim vai “por precaução” testar uma dose adicional de reforço para aumentar “ainda mais” as defesas contra estas novas estirpes.
O aparecimento de novas variantes com alterações significativas no vírus que o tornam mais transmissível instalou alguma preocupação sobre a eficácia das vacinas desenvolvidas para combater a estirpe do SARS-CoV-2 que surgiu primeiro e se espalhou pelo mundo em 2020. Porém, ao que tudo indica, as versões desenvolvidas para a imunização serão capazes de proteger as pessoas vacinadas contra estas novas variantes. A Pfizer que comercializa as vacinas que actualmente estão a ser administradas em Portugal já tinha anunciado há alguns dias que o seu produto é eficaz contra as novas variantes. Esta segunda-feira a empresa Moderna – a também recebeu uma encomenda de quase 20 mil doses de Portugal – também divulgou um comunicado de imprensa que dá a mesma garantia.
No entanto, apesar dos resultados que foram obtidos nos estudos de neutralização in vitro de soros de indivíduos vacinados com a vacina da Moderna para a covid-19, a empresa disse que vai ainda assim “testar um reforço da vacina contra a variante da África do Sul em ensaios pré-clínicos para ver se isso seria mais eficaz no reforço de anticorpos contra a variante e outras variantes futuras”.
O comunicado refere que se concluiu que o regime de duas doses da vacina da Moderna não terá “nenhum impacto significativo na concentração de anticorpos neutralizadores contra a variante B.1.1.7 (identificada pela primeira vez no Reino Unido)”. Sobre a outra variante entretanto identificada, a empresa reconhece que “foi observada uma redução de seis vezes na concentração de anticorpos neutralizadores com a variante B.1.351 (identificada pela primeira vez na República da África do Sul) em relação às variantes anteriores”, mas conclui que “apesar desta redução, os níveis de anticorpos neutralizadores com B.1.351 permanecem acima dos níveis que se espera que configurem uma protecção”.
c/ Público
