Moradores entregam petição para travar construção de habitações sociais em Ferreiros

Alguns elementos da associação de moradores das freguesias de Ferreiros, Aveleda e Sequeira, entregaram, esta terça-feira, à presidente da Assembleia Municipal de Braga, Hortense Santos, uma petição contra o projeto que prevê a construção de habitações sociais, na Rua Edgar de Sá Malheiro, zona de Mazagão.

A petição, subscrita por 3314 cidadãos, foi lançada em abril e recomenda a revogação imediata da construção dos 59 fogos. O número de assinaturas “reflete a dimensão da preocupação dos moradores desta localidade”, disse à RUM, José Silva, representante da associação de moradores. 


Depois de entregue, o grupo espera que o documento tenha “o devido encaminhamento e que seja dada uma resposta formal, clara e inequívoca”. “Acreditamos que o executivo municipal está atento a esta preocupação dos moradores”, acrescentou José Silva, que já havia levado o assunto à reunião de Câmara, a 3 de maio


Na altura, o morador já havia explicado que a petição seria entregue até ao final de maio. O receio, explicou, “assenta na experiência passada de aglomeração de pessoas socialmente mais fragilizadas”. “Todos os dias somos confrontados com notícias que nos transmitem pouca confiança nas políticas de segregação e aglomerações em bairros sociais”, referiu ainda. José Silva lembra que as freguesias em causa estão “à porta da cidade” e, por isso, são locais onde “não se sente a proteção policial”, ainda que seja “uma zona pacata”.


“As pessoas estão bastante mobilizadas e preocupadas com este problema. Vamos aguardar pela resposta do executivo e, em função disso, temos que escolher os caminhos mais adequados, mas não descartamos qualquer caminho”. 


Projeto está dependente de fundos comunitários mas “não traria nenhum incómodo”


Contactado pela RUM, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, lembra que em causa está um projeto para a construção “de habitações a custos controlados, para pessoas que de outra forma não conseguem ter acesso a uma habitação digna”, alinhado com a Estratégia Municipal de Habitação. 


“Não há risco de desenquadramento do ponto de vista urbanísitco, da degradação social ou de ameaça à coesão social”, garantiu. Ricardo Rio lembra que “a Câmara não tem meios para desenvolvercom meios próprios este projeto, estando condicionada a fundos”. “Vai depender do montante disponibilizado a concretização ou não deste projeto, mas não traria nenhum incómodo para os cidadãos que ali residem”, sublinhou.


Quanto à falta de policiamento e aos problemas de insegurança apontados pelos moradores, o presidente da autarquia diz que “não é por haver pessoas com menos recursos económicos que isso é uma fonte de insegurança”. Quanto ao policiamento, “enquanto nem sequer o problema existe, não se pode contestar a ausência da solução. Não podemos falar de falta de policiamento para uma situação que não existe neste momento”, finalizou.

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Liliana Oliveira
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Sara Pereira
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