Mosteiro de Tibães é palco de um concerto de Reis Solidário

O Mosteiro de Tibães recebe este sábado, 7 de janeiro, nas cavalariças, o concerto de Reis Solidário da Academia Allegro. A entrada é gratuita, sendo que é pedido a todos os espetadores que ofereçam bens alimentares e/ou de higiene pessoal que serão, posteriormente, distribuídos pela Cáritas Arquidiocesana de Braga. O evento tem início às 18h00.
Enlatados, shampoo e fraldas quer para crianças quer para adultos, são alguns dos produtos em falta, segundo Luís Aguiar Campos, membro da direção da Cáritas de Braga.
O concerto de “clássicos de Natal” será interpretado por mais de 30 alunos da academia acompanhados por ex-alunos que estão em formação, nos Estados Unidos da América. O evento será dedicado à obra de Fernando Lopes Graça. Todo o reportório será em português.
No piano estará o professor José Dias, um músico consagrado a nível local e nacional, nas palavras da responsável artística da academia Allegro, Maria João Barreto.
A iniciativa conta com o apoio do Município de Braga. Ana Ferreira, chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal, apela à solidariedade dos cidadãos para que façam a diferença na vida de muitas pessoas que estão a atravessar uma fase complicada.
A representante do executivo frisa o trabalho em rede que tem vindo a ser executado no concelho, entre autarquia e instituições, no sentido de não só prestar auxílio em situações de urgência, mas também no acompanhamento e ajuda na procura por emprego. Programas como o ´Braga a Sorrir` e de apoio ao medicamento fazem parte de uma estratégia “global” de luta contra a precariedade dos cidadãos.
O coordenador do Mosteiro de Tibães, Paulo Oliveira, convida a população a fazer parte deste primeiro concerto que descreve como de “interesse para a comunidade”.
Cáritas de Braga fez mais de 6.400 atendimentos em 2022.
Os números são alarmantes. De acordo com Luís Aguiar Campos, no último ano, a Cáritas de Braga fez 6.400 atendimentos, prestou mais de 4.500 apoios sociais e proporcionou ajuda financeira a 4.300 famílias num total de 45 mil euros. O fenómeno da “Pobreza Envergonhada” faz com que os casos cheguem mais tarde, logo em com mais necessidades.
Os imigrantes têm vindo a aumentar a pressão sobre a estrutura. Muitos chegam à procura de “um sonho” que rapidamente pode tornar-se num “pesadelo”. O responsável denuncia casos de “exploração”, nomeadamente, na procura por habitação.
Os pedidos de ajuda por parte de jovens também está a crescer. Muitos chegam à cidade dos arcebispos sem suporte familiar e não vêm cumpridas as suas espectativas. Além da fragilidade financeira, Luís Aguiar Campos alerta para a vulnerabilidade emocional destas pessoas.
Um dos objetivos da Cáritas para este ano passa por ampliar a “transparência” da instituição. “Os nossos técnicos fazem uma avaliação e um estudo, de modo a dar uma resposta enquadrada para cada situação e assim evitar, a todo o custo, o apoio a pessoas que não necessitam realmente”, explica.
Ao longo do ano, a Cáritas irá divulgar campanhas para a recolha de bens, mas não só.
