Mota acusa CM Braga de ser “conivente” em processo alegadamente lesivo para contribuintes
A palavra «corrupção» fez aumentar o tom na reunião de câmara de Braga, realizada esta segunda-feira. Em estreia nestas lides e a participar na única reunião como substituto de Lídia Dias, Francisco Mota levantou dúvidas sobre um processo lateral relacionado com a liquidição da parceria público-privada Sociedade Gestora de Equipamento de Braga (SGEB).
O vereador da coligação Juntos por Braga critica o facto de um dos sócios privados da empresa ter passado as quotas para outras três firmas, também da sua propriedade, e exige à câmara que fiscalize ou denuncie essa situação.
Segundo Francisco Mota, está a ser “transferido dinheiro que deveria destinar-se a pagar impostos, Segurança Social, finanças, a credores e, por conseguinte, a famílias que passam por dificuldades”. Criticando a sua inoperância, o vereador do CDS considera que a autarquia está a ser “conivente” e “a fazer de conta que não se passa nada, assobiando para o lado”, e que isso está a acontecer “num país em que a corrupção é legal”.
Mal Francisco Mota falou em “corrupção”, o presidente da Câmara Municipal de Braga, também da coligação de direita, interrompeu-o e desafiou-o “a falar clarinho”, questionado “quem corrompeu e quem foi corrompido”. O vereador democrata cristão não respondeu diretamente, mas voltou a insistir na designação de um processo “pouco claro”.
Ricardo Rio garante ainda que a transação de quotas supracitada é “irrelevante” para os cofres do município e que, por isso, “não tem de pagar mais ou menos” por causa dessa situação. O processo de extinção da SGEB está neste momento no Tribunal de Contas, à espera de aprovação. Com a dissolução, a Câmara espera poupar cerca de 50 milhões de euros.
