Movimento ‘Casa para Todos’ marca manifestação em Braga para 1 de abril

A escalada do preço das rendas e a subida dos valores do crédito à habitação estão a alarmar o país e são cada vez mais os cidadãos indignados que não se conformam como o panorama atual, exigindo propostas concretas para quem vive e trabalha em Portugal e “já não aguenta mais” o esforço diário. Também por essa razão surgiu o ‘Porta a Porta – Casa para Todos, Movimento pelo Direito à Habitação’ que, segundo Ana Francisca Monteiro, acolhe cada vez mais cidadãos que denunciam situações pessoais críticas à conta dos preços da habitação praticados. A indignação crescente exige, segundo este movimento, “mostrar que há alternativa”, e está já lançada uma primeira manifestação em Braga para 1 de abril, ação que deverá repetir-se noutras cidades do país.
O lançamento da manifestação aconteceu esta quarta-feira, de forma simbólica junto ao edifício do Banco de Portugal, em Braga.
O movimento, que junta cada vez mais seguidores nas redes sociais, apresenta um conjunto de medidas “urgentes”, nomeadamente aumentar a oferta de habitação pública, diminuir taxas de juro e pôr os lucros dos bancos a pagar; estabilizar os contratos de arrendamento; garantir a renovação dos atuais contratos de arrendamento; regular o valor das rendas em valores comportáveis, assim como acabar com despejos sem alternativa de habitação digna, a par do combate à informalidade do arrendamento ou o aumento do alojamento público estudantil.
“Estamos no distrito mais jovem do país, Braga em particular é uma cidade que não há muito tempo era muito procurada, inclusive pelos preços acessíveis da habitação e hoje em dia vemo-nos confrontados com os mesmos problemas [de cidades como Porto e Lisboa], o que ainda evidencia mais o quanto isto é um problema estrutural”, alerta Ana Francisca Monteiro.
“O movimento está no terreno, é muito fresco, mas realmente é uma situação que se tem tornado dramática muito rapidamente”, nota ainda Ana Francisca Monteiro.
“Apelamos a todos que se juntem a esta luta, que se juntem ao movimento para mostrar o descontentamento, para mostrar que o discurso de que não há alternativa já não convence ninguém. As evidências são muitas. Só com esta expressão do descontentamento geral, com este lado mais cívico, é que vamos conseguir, pelo menos forçar para que as medidas mais urgentes sejam tomadas, porque as medidas anunciadas nem vale a pena comentá-las”, atesta a porta-voz, também ela lesada pelo banco à conta do aumento “brutal” da sua prestação mensal.
A ação de luta está agendada para 1 de abril, sábado, junto à Arcada. Entretanto serão revelados mais detalhes sobre a manifestação para a qual os responsáveis do movimento antecipam uma participação massiva de habitantes dos vários concelhos do distrito de Braga.
A manifestação decorrerá em diferentes pontos do país.
