Movimento Porta a Porta exige respostas urgentes para alojamento estudantil

No dia em que o Banco Central Europeu decide se altera ou não as taxas de juro, Braga foi palco de uma manifestação. O movimento Porta a Porta realizou, esta manhã, um acampamento e uma sátira na Praça da República, em frente ao Banco de Portugal.
Uma das preocupações deste movimento é o alojamento estudantil. Cândido Almeida lembra que Braga “tem uma Universidade com muitos estudantes de fora, que pagam valores elevados por rendas e não se sabe as condições do aluguer”. O bracarense critica as recentes declarações da ministra do Ensino Superior, Elvira Fortunato, quando diz que “residências universitárias não se constroem de um dia para o outro”. “Com esse pensamento nunca se vão criar residências universitárias. Compreendo a dificuldade que possam ter, mas tem que haver uma resposta”, afirmou Cândido Almeida.
Ontem mesmo, no Porto, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que “dê por onde der” a oferta pública de alojamento estudantil tem que duplicar até 2026 e reconheceu que o “maior desafio” que se coloca no acesso ao Ensino Superior é o custo da habitação.
“O PRR tem uma enorme virtude, não só disponibilizou as verbas que não existiam para executar este plano de alojamento, com impõe uma data limite. Só paga as obras que estiverem concluídas até à meia-noite de 31 de dezembro de 2026”, explicou.
António Costa admitiu que “o maior desafio que se coloca no acesso ao Ensino Superior não é a propina que se paga, mas o custo dos quartos e do alojamento estudantil”.
“Decidimos prolongar por mais um ano o complemento do alojamento estudantil que, variando de concelho para concelho, varia entre os 263 e os 326 euros por mês, para apoiar o pagamento dos custos dos quartos que, sabemos todos, subiram muito significativamente ao longo da última década”, lembrou o chefe do Governo.
“Falamos com pessoas que estão a ser pressionadas a abandonar a casa, porque estão com rendas em atraso”
Além do alojamento estudantil, o movimento apela à redução do valor das rendas e dos créditos à habitação.
A previsão é a de que haja um novo aumento de 25 pontos base nos juros. A taxa tem estado a subir de forma consecutiva desde julho do ano passado. Neste momento situa-se nos 4,25 por cento e é a mais alta desde 2008.
Por isso, o movimento Porta a Porta exige a redução do valor das rendas e das prestações do crédito à habitação.
Neste momento, segundo Cândido Almeida, muitos bracarenses partilham uma preocupação: “não conseguir pagar a renda e ser despejados”. “Falamos hoje com pessoas que estão a ser pressionadas a abandonar a casa, porque estão com rendas em atraso”, revelou o membro do movimento.
Em Braga, segundo o movimento Porta a Porta, “para alugar um T3 na cidade tem que se pagar 1000 euros mensais, mas os salários são de cerca de 700 euros” e isso torna a situação incomportável.
O movimento Porta a Porta apela ao Governo que promova “um parque habitacional com rendas a custos justos e que possam ser suportadas”. “Não podem ser sempre os mesmos a pagar. As rendas não podem continuar a subir, os salários continuarem precários, as pessoas a serem despejadas, créditos a duplicar e a tornarem-se incomportáveis”, atirou Cândido Almeida. Este movimento cívico lamentou ainda que se continue a “proteger os bancos, que continuam a amealhar milhões de euros em lucros”.
Fixar o valor das rendas e garantir a renovação dos atuais contratos de arrendamento; Revogação imediata da Lei dos Despejos; Colocar os lucros dos bancos a suportar o aumento dos juros; Orientar a intervenção da CGD para garantir que nenhuma família paga mais que 35% dos seus rendimentos líquidos mensais com a despesa de habitação e tomar medidas urgentes sobre o Alojamento Estudantil que terá problemas brutais nos próximos dias são as reivindicações do Movimento Porta a Porta, que se junta a outros movimentos num manifestação nacional, agendada para 30 de setembro. Em Braga, o protesto tem início às 15h00, na Avenida Central.
