“Não basta bater palmas aos enfermeiros, é preciso reconhecer”

A distrital de Braga do Bloco de Esquerda quer que o Governo valorize os enfermeiros portugueses e não só os aplauda. Os deputados José Maria Cardoso e Alexandra Vieira reuniram, esta segunda-feira, com o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos para analisar a situação laboral da classe, em particular no Hospital de Braga.
“Progressão da carreira, horário de trabalho, banco de horas, reestruturação da avaliação e compensação salarial”. Estas são algumas das reivindicações, já conhecidas, dos enfermeiros da unidade de saúde bracarense transmitidas aos bloquistas.
Além disso, explicou José Maria Cardoso, “há um maior número de contratos individuais de trabalho, uma forma de desregular a lei, que torna difícil criar união dentro do sector e torna difícil a capacidade reivindicativa, porque são feitos individualmente e variam de entidade para entidade”. “É preciso criar uma regulamentação que tenha igualdade de oportunidades para todos”, acrescentou. Para o bloquista, “não basta bater palmas aos enfermeiros e agradecer, é preciso reconhecer”.
O deputado recordou ainda os projectos de lei que o partido submeteu em Março, como “alteração do decreto-lei 71/2019, relacionado com muitas das reivindicações apresentadas, outro com uma série de medidas de protecção e valorização dos profissionais de saúde e outro que altera o regime da carreira especial de enfermagem”.
O Bloco prepara-se agora para confrontar o Governo, nomeadamente a ministra da Saúde, com as reivindicações que tomaram conhecimento. “Quero crer que estas situações vão ser resolvidas. Há um assumir, no último plenário, pela ministra do Trabalho,que ia ser resolvida a questão da diferença dos valores remuneratórios para muitos enfermeiros com a transição de Parceria Público- Privada para Entidade Pública Empresarial. É o caso concreto de Braga e penso que será resolvido”, afirmou o deputado. No entanto, acrescentou, “os enfermeiros de Braga não têm carreiras diferentes dos do resto do país. É necessário valorizá-los em termos de carreira, remuneratórios e de condições de trabalho. Não é uma recompensa, é uma questão de direito, que já existia e agora se tornou mais evidente”, finalizou.
Deputados visitam escola. “Próximo ano lectivo tinha que já estar em preparação”
No mesmo dia, os deputados visitaram o Agrupamento de Escolas de Barcelos para avaliar a situação da comunidade escolar perante a pandemia da Covid-19. José Maria Cardoso alerta o Governo para a necessidade de “ criar condições do modo de funcionamento, ao nível das salas e dos espaços”, algo que, no seu entender, “não se compadece com decisões tomadas em cima do acontecimento”. Um dos problemas apontados pelo director do agrupamento, desvendou o deputado, está relacionado com a necessidade de “planear”. “O próximo ano lectivo tinha que já estar em preparação, como vao funcionar as escolas , número de alunos e turmas, em que moldes as
aulas vão decorrer. Isto não pode ser arrastado no tempo e tomar a decisão no início de Setembro, ainda que haja situações que podem não estar previstas. É preciso planear e testar para que as medidas sejam a mais assertivas possível”, acrescentou.
Neste agrupamento, a adaptaçãos aos moldes encontrados pelo Governo para o regresso às aulas “tem corrido com a normalidade possível”, denotando-se “civismo por parte dos aluno”. A este propósito, defende o deputado, as novas tecnologias e o ensino à distância devem ser um “complemento” e nunca substituir as aulas presenciais.
