“Não há respeito pelas opiniões e posições” na CM Barcelos

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) eleito pelo distrito de Braga, José Maria Cardoso, não poupou nas críticas ao presidente do Município de Barcelos, Miguel Costa Gomes, devido ao processo de concessão dos serviços de abastecimento de água e saneamento na cidade dos galos.
Recorde-se que a concessão foi concretizada em 2005, por 30 anos, à empresa Águas de Barcelos, constituída pela Somague Ambiente. Contudo, a problemática deve-se ao facto da empresa em questão ter sido adquirida por um fundo de capital de risco, em Julho de 2019. Ou seja, a estrutura acionista da Águas de Barcelos passou a ser detita pela empresa Plainwater (75%), que por sua vez é detida a 100% pela Azuladicional, da qual a Sacyr Servicios é acionista em 20% do capital. Segundo o BE, estas são empresas que foram “formadas recentemente com capitais na ordem dos 20 a 50 mil euros”.
José Maria Cardoso revela que nenhuma destas alterações foi revelada pelo executivo. De realçar que apesar da situação ser relativa a empresas privadas, trata-se de informação fundamental na óptica dos bloquistas, sendo que o município está em negociações com a empresa devido ao acordo extrajudicial para aquisição de 49% do capital da Águas de Barcelos.
“O Sr. presidente da Câmara Municipal de Barcelos tem por hábito fazer política muito à sua maneira, ou seja, sem dar conhecimento na Assembleia Municipal ou à oposição. Não há respeito pelas opiniões e posições“, declara o deputado aos microfones da Universitária.
De modo a conhecer os pormenores sobre este processo, o Bloco de Esquerda endereçou uma pergunta ao Ministro do Ambiente e Acção Climática e um requerimento à Câmara de Barcelos.
O deputado deixou claro que o bloco “defende a remunicipalização total dos serviços de abastecimento de água e saneamento”, uma vez que a concessão destes serviços teve consequências nefastas para os munícipes. De sublinhar que a água em Barcelos é das mais caras do país.
