“Não saio da CGTP para ser candidato ao PCP ou a outro lugar”

Preparado para abandonar o cargo de secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos descarta a possibilidade de uma carreira política no PCP e promete voltar à Carris. Em entrevista à RUM a menos de um mês da saída da direcção da CGTP, Arménio Carlos afirma que não vai ser candidato a nada. “Não exercerei nenhum cargo de responsabilidades acrescidas do ponto de vista político. Não saio da CGTP para ser candidato a nenhum lugar no PCP nem noutro lugar qualquer”, reiterou. Ainda assim, Arménio Carlos deixa uma garantia: vai continuar a ser um português com uma intervenção activa, com ideias, propostas, críticas e sugestões alternativas. O sindicalista prepara-se para regressar à Carris no primeiro trimestre de 2020.
Arménio Carlos integra a comissão executiva da CGTP desde 1996 e está na liderança da CGTP desde 2012.
Foi electricista da Carris, e foi aí que começou no sindicalismo. Tornou-se dirigente do Sindicato dos Transportes Urbanos de Lisboa. É membro do PCP desde 1977.
Sobre o futuro, Arménio Carlos reconhece que em Portugal se tenta criar na opinião pública que “depois de se atingir um determinado nível de responsabilidade, a partir dali se tem de encontrar uma alternativa idêntica ou uma candidatura a um outro lugar”. Ora, o secretário-geral da CGTP vinca que depois da saída continuará a ser “um trabalhador por opção pessoal”.
Referindo que foi “uma opção de vida” servir a CGTP, Arménio Carlos garante que vai chegar “muito mais rico à Carris” ainda que não seja uma riqueza financeira.
“Para os que não simpatizam comigo, não esperem que eu vire as costas porque vou andar por aí”
Operário de profissão, Arménio Carlos recorda que nunca teve problemas “em discutir com doutores, engenheiros, com a troika, com primeiros ministros, ou ministros da economia ou do trabalho”, e avisa que esses responsáveis com quem se cruzou “não sabem o sentimento dos trabalhadores que estão lá em baixo”.
Ainda numa mensagem para aqueles que “não simpatizam” com a sua postura ou o cargo de secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos avisou que não vai virar as costas.
