“Não temos mais atletas porque não há espaços para treinar”

O ABC/UMinho corre o risco de ter de recusar a entrada de crianças e jovens por falta de espaços para treinar. Neste momento isso ainda não é uma realidade, mas, de acordo com o presidente, Carlos Matos, um dia poderá acontecer, caso a situação se mantenha.
Atualmente, os 250 atletas da formação frequentam o Pavilhão Flávio Sá Leite e a Escola Secundária Carlos Amarante, recintos que não são suficientes para as “necessidades” do clube. “Estamos com um grande problema em que as nossas equipas mais jovens já começaram os treinos, mas ainda não temos a quantidade suficiente de horários para aquilo que consideramos ideal para os escalões de formação”, refere, apontando para a escassez de pavilhões disponíveis no concelho.
Carlos Matos confessa que o emblema de Braga “não tem mais atletas porque não há espaço para treinar”, exemplificando que, “se de repente chegassem 50 crianças entre os 10 e os 13 anos, teria de haver uma seriação”. Por outro lado, à imagem de outros clubes, o ABC/UMinho depara-se com um “problema” relacionado com a retenção de talento.
O dirigente denuncia uma situação “chocante”, em que “jogadores de 11 anos são aliciados” por formações com outro poderio. Um dos caminhos, no seu entender, é criar um mecanismo relacionado com os direitos de formação, como acontece no futebol. “Essa é a luta que temos com a federação. Se um atleta entrar no ABC com quatro anos e sair aos 17, o clube recebe zero”, lamenta.
Noutro prisma, além do nome do clube, a ligação entre o ABC e a Universidade do Minho permite aos atletas não pagarem propinas e terem benefícios financeiros no que diz respeito à alimentação e ao alojamento. Carlos Matos apelida de “parceria fundamental e ganhadora para ambas as partes”, que se reflete sobretudo no género feminino, atualmente. Das 17 atletas da equipa principal, 16 estudam na academia minhota, sendo que cinco delas entraram este ano. Já a formação masculina tem sete/oito andebolistas nessas condições.
