Nasceu na UMinho o alfabeto que pode ajudar 350 milhões de daltónicos a distinguir cores

90% da comunicação no mundo é feita através de cores. Porém, existem 350 milhões de pessoas que não vêm ou distinguem as cores. Para algumas pessoas, o mundo é mesmo a preto e branco. Os homens são quem mais sofre de daltonismo, devido a uma alteração no cromossoma X.

Impactado por este problema, Miguel Neiva desenvolveu na sua tese de mestrado o projeto ´ColorADD`, um alfabeto que relaciona as cores primárias com símbolos de fácil identificação.

Um triangulo invertido corresponde ao azul, uma linha diagonal representa o amarelo e o triangulo é o símbolo para vermelho.

Esta simbologia é já utilizada em mais de 80 países em diversos materiais utilizados pelas crianças nas escolas, mas também em semáforos, metros, depósitos para reciclagem, jogos como o ´UNO`, bandeiras das praias quer em Portugal quer nos Estados Unidos da América e no Estádio do Dragão, primeiro no mundo, para auxiliar os adeptos no acesso aos lugares e saídas.

Em entrevista ao UMinho I&D, Miguel Neiva avança que 17% das pessoas daltónicas descobriram este problema já depois dos 20 anos. Muitas vezes este desconhecimento gera perda de confiança quer em contexto social quer profissional.

Para além da criação deste alfabeto para daltónicos, Miguel Neiva tem levado o ´ColorADD` e o teste de diagnóstico “Ishihara” a mais de 1.700 escolas de todo o mundo. Recentemente esteve no Quénia onde contactou de perto com crianças albinas. Cerca de 42 mil crianças já viram o mundo “através dos olhos dos outros” e realizaram o rastreio. Para o responsável esta atitude de sensibilização ajuda a prevenir situações de bullying nas escolas.

A novidade no mundo ´ColorADD` é a sua aplicação já disponível de forma gratuita para Android e IOS. Miguel Neiva adianta que a app está “otimizada para a língua para a qual o telemóvel está formatado”. No próximo mês de novembro, o projeto dá mais um passo no sentido de alargar esta rede e conhecimento do alfabeto, visto que será lançada a versão árabe da app.

“A aplicação permite identificar em tempo real a cor de determinado objeto ou roupa que estamos a ver e automaticamente relaciona essa cor com o código ColorADD referente à mesma. Neste momento a app já foi descarregada nos cinco continentes”, revela à RUM.

Para Miguel Neiva, o ´ColorADD` veio mudar mentalidades em diversas áreas e alertar para esta condição que afeta milhões de pessoas. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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