Nível extremo das águas do mar pode atingir 3.2 metros até 2050

Até 2050, o nível extremo das águas do mar pode atingir 3.2 metros nas praias de Moledo e Cabedelo. A previsão mais pessimista resulta do projeto MarRisk: Adaptação Costeira às alterações climáticas. O estudo foi desenvolvido pelo Centro de Território, Ambiente e Construção da Universidade do Minho (CTAC), pela Universidade de Aveiro, o Ciimar Porto e a Universidade de Vigo.

O estudo analisou a costa portuguesa desde Espinho até à Foz do Rio Minho, sendo que foram realizadas algumas analises nas Rias de Vigo, em Espanha.


Em entrevista ao UM I&D, José Pinho, investigador do CTAC e docente no Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, revelou que o principal foco da investigação passou por entender quais os impactos das alterações climáticas na subida dos níveis médios da água do mar, assim como as influências na perda de habitat.

Da UMinho, em concreto, saíram três grandes contributos. Em primeiro lugar, a quantificação dos indicadores geomorfológicos de forma contínua da costa noroeste portuguesa. Em segundo, a realização de uma campanha em todas as praias arenosas, de modo a fazer um levantamento de amostras de sedimentos. E por último, o desenvolvimento de uma ferramenta que irá transformar previsões atmosféricos em modelos à escala local das praias.

“É uma forma de aumentar a resiliência das populações e dos locais mais vulneráveis. Se conseguirmos prever com dois dias de antecedência fenómenos extremos, conseguimos tomas as medidas necessárias”, em caso por exemplo de cheias, para que as pessoas possam tomar as devidas medidas.

Neste momento, a ferramenta ainda é um protótipo. O projeto MarRisk foi alargado até Junho 2021.



“Houve uma simplificação drástica” dos critérios estabelecidos pelo Plano da Orla Costeira Caminha – Espinho para a demolição de edifícios.

José Pinho defende que o Plano da Orla Costeira, divulgado em 2019, não obedece a “critérios claros”, visto que muitos dos 34 edifícios sinalizados para demolição, em que consta o Edifício Transparente, em Matosinhos, e centenas de habitações, estão próximos de outros que não foram referenciados e contam com as mesmas condições morfológicas.

“Na minha opinião houve uma simplificação drástica para definir o que está em risco e o que não está”, declara o académico. O projeto MarRisk, na ótica do investigador, pode contribuir com dados importantes para este Plano do Ministério do Ambiente.

De acordo com os resultados obtidos, Caminha é uma das zonas costeiras mais vulneráveis às alterações climáticas.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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