‘No Stress Braga’. Projeto inovador leva a saúde mental às escolas bracarenses

O ‘No Stress Braga’, que promove a literacia em saúde mental nas crianças bracarenses, quer abranger 70 turmas, totalizando 2.000 crianças, em três anos. O projeto nasceu em 2022 e, no ano seguinte, passou a disponibilizar bolsas de consultas de psicologia para crianças referenciadas. No início, com o apoio único da Irmãs Hospitaleiras de Braga (IHB), abrangeu 55 alunos. Agora, com o recém-angariado investimento da Portugal Inovação Social e da Câmara Municipal de Braga, as metas são mais ambiciosas: 2.000 crianças abrangidas até ao ano letivo 2027/2028.

Para Sara Barbosa, coordenadora do programa, o objetivo do programa é “promover, prevenir e intervir” e o fator distintivo está na “intervenção multicontextual, multidimensional e na resposta imediata”.

O processo, que tem início nos questionários para os alunos, pais e professores, passa, num segundo momento, pela formação dos professores e dos educandos. As sessões de intervenção decorrem em contexto de turma e durante o horário letivo, como forma de garantir uma maior participação.

Sobre o envolvimento da escola no processo, Sara Barbosa acrescenta: “A escola permite-nos trabalhar o indivíduo, a criança em si, o grupo de pares e o contexto, a forma como normalizam, como partilham, permite-nos trabalhar a figura do professor e permite-nos reforçar este papel tão importante”.

Apesar de grande parte do projeto centrar os trabalhos nos contextos da escola e da família, o programa não se esgota na promoção e na prevenção. À semelhança da edição anterior, e como resposta a vários pedidos, sobretudo dos professores, o programa também intervém diretamente em casos de alunos referenciados previamente. Este ano, o projeto prevê atribuir 600 bolsas de consultas psicológicas.

Na opinião de Patricio Ferreira, diretor clínico e psiquiatra na Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras de Braga, cuidar da saúde mental das crianças devia ser uma prioridade de todos, sobretudo dos políticos, uma vez que “as crianças de hoje serão os adultos de amanhã”.

Já para Carla Sepúlveda, vereadora da Educação, Inovação e Coesão Social da Câmara Municipal de Braga, a ideia de que o projeto devia ser estendido ao contexto nacional é possível, embora “tenhamos de começar por passos mais pequenos”.

As turmas serão priorizadas para intervenção com base na presença de crianças em situação de vulnerabilidade psicossocial, nomeadamente em contextos de migração, inserção em meios socioeconómicos desfavorecidos, e/ou que revelem indicadores de sofrimento psicológico, alterações comportamentais significativas ou outras expressões de risco emocional e social.

Escrito por José Silva Brás

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