Nuno Melo anuncia decisão sobre candidatura à liderança do CDS “nos próximos dias” 

Numa publicação na página pessoal do Facebook, Nuno Melo diz que o partido está “débil” e que tomará “dentro de dias” uma decisão “em relação ao próximo Congresso”.

Numa publicação em que faz uma análise sobre os resultados do CDS nas últimas autárquicas, Nuno Melo termina a escrever que “o partido se encontra débil” e que o “risco é grande nos combates legislativos”.

Diz ele que “fazer de conta que os factos não são o que os números revelam, não só não resolve os nossos problemas estratégicos estruturais, como evita que os superemos com coragem”.

“Muito antes das eleições autárquicas fiz saber que a decisão que tomasse em relação ao próximo Congresso, a que apresentarei uma Moção de Estratégia Global, não dependeria dos resultados destas eleições, antes sim da avaliação que fizesse do estado geral do partido”, continua.

Como tal, anuncia nesta publicação no Facebook que “dentro de dias” dará a “conhecer publicamente” essa decisão.

Nuno Melo afirma que o partido “deve saber interpretar todo o quadro do processo autárquico, sem ilusões e com racionalidade, nos aspectos positivos já referidos, mas igualmente em relação aos aspectos preocupantes, para que possamos estar à altura dos desafios futuros”.

Mostra-se preocupado “no que se refere a candidaturas próprias do CDS, que o partido tenha reduzido a sua representatividade de 134 mil votos em 2017 para apenas 74 mil agora”. Mas também que “nas coligações lideradas pelo CDS o número de votos tenha baixado de cerca de 80 mil para cerca de 19 mil”.

A análise continua. “Preocupa-me que somadas as listas do CDS e as coligações em que lideramos, a percentagem de votos tenha caído de 4,1% para 1.9%. Preocupa-me que nas grandes cidades onde o CDS concorreu, as nossas votações estejam infelizmente abaixo do Chega e quase a par da IL. Preocupam-me os votos realmente depositados nas urnas – e não os votos estimados – mas se ainda assim se quiser acreditar numa relação actual de 1 para 5 nas coligações com o PSD – , então o resultado final traduz uma queda de 75 mil votos face há quatro anos (candidaturas autónomas + candidaturas que lideramos + 20% nas coligações lideradas pelo PSD)”.

O militante do CDS diz que perante estes resultados que refere fica preocupado “se qualquer direcção do Partido não se preocupar suficientemente com isto”.

Na análise que faz nesta publicação, Nuno Melo escreve que na “maioria dos casos, esta redução de votos e percentagens do CDS beneficia o partido Chega – e às vezes a Iniciativa Liberal – que está à nossa frente onde directamente comparamos marca, símbolo e discurso”.

Diz ainda que o CDS teve “votações residuais em parcelas muito significativas do território mais urbano, designadamente em muitos dos concelhos mais populosos de Portugal, particularmente importantes em eleições legislativas, numa tendência que se deve reconhecer não é de hoje, mas que se agravou”.

Para Nuno Melo, a prioridade do partido deve “passar pela capacidade de inverter um processo que não só levou muitos antigos militantes e dirigentes do CDS a aceitar ser candidatos nas listas do Chega e da IL e através deles a levarem o Chega e tambem a IL, onde concorreram directamente com o CDS, a uma posição eleitoral mais expressiva que o nosso partido”.

E acrescenta: “a história mostra que o nosso principal parceiro de coligação, que respeitamos, só nos relevou com justiça, sempre que estivemos fortes eleitoralmente no momento das negociações. Quando o partido se encontra débil, o risco é grande nos combates legislativos”.

RTP

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