“O Braga foi superior tanto contra 11 como contra 10”
O treinador do SC Braga destacou a qualidade que a equipa apresentou durante os 90 minutos frente ao Sporting CP. Do outro lado, Silas lamentou a expulsão de Yannick Bolasie, que, no seu entender, foi determinante para o desfecho do jogo.
Após a partida que carimbou o apuramento dos minhotos para a final da Taça da Liga, Rúben Amorim enalteceu que os seus atletas fizeram “um excelente jogo” e que “foram melhores” que o adversário. A formação minhota jogou com mais uma unidade em campo depois da expulsão de Yannick Bolasie, aos 61 minutos.
Considerando que o SC Braga foi “superior tanto contra 11 como contra 10”, o treinador de 34 anos destaca que foi “mais difícil arranjar espaço” depois da advertência ao atleta congolês. “O Sporting tinha muita gente no meio. Estava difícil. O adversário recuou bastante, mas continuamos a tentar com qualidade e nunca nos desligamos da nossa ideia. Quem entrou, esteve bem e foi merecida a vitória”, analisa.
Além de João Novais, escolhido para o lugar de João Palhinha, que, por estar emprestado pelos leões, não pôde jogar, Wenderson Galeno e Ricardo Horta foram as novidades no 11 inical em relação à última partida frente ao FC Porto.
Rúben Amorim explica as alterações com o facto de ter sentido que Francisco Trincão, titular nos encontros anteriores com o novo técnico, estava “cansado”, acrscentando que se trata de “um jogador com muito talento que ainda não sabe gerir alguns momentos de pressão”.
A escolha recaiu em Galeno por ser um “atleta forte no 1×1”. “Reparamos que os laterais do Sporting iam bater muitas vezes com os nossos laterais, ficando o central do lado direito com o Galeno. E ele conseguiu criar muitos problemas”. Em relação a Ricardo Horta, Rúben Amorim justificou a opção – em vez de Wilson Eduardo – por ser “um jogador acima da média”, que “dá tudo pela equipa”.
Na parte final do encontro, Jérémy Mathieu foi expulso depois de uma entrada ríspida sobre Ricardo Esgaio. Na conferência de imprensa, Rúben Amorim adiantou que o atleta francês foi ao balneário redimir-se da acção que teve. “Queria realçar atitude de Mathieu: puxou o Esgaio no balneário e pediu desculpa. Isto realça a sua qualidade e a grandeza do seu clube”, afirma.
Expulsão de Bolasie foi determinante para a derrota do Sporting, diz Silas.
O técnico do Sporting era um homem resignado mas injustiçado na sala de imprensa do Municipal de Braga. Silas reconheceu que o SC Braga teve um “ligeiro ascendente” na primeira parte mas enalteceu a capacidade que a sua equipa teve em equilibrar o confronto. O técnico leonino referiu que, na segunda parte, o jogo transformou-se após a expulsão de Bolasie, que considerou injusta.
“A leitura ao jogo é fácil: estava a ser equilibrado, com um ligeiro ascendente do Braga, e depois, a partir dos 60′, com mais um jogador, o adversário jogou melhor. Jogar meia-hora com menos um é desgastante”, referiu, assinalando que o lance entre Bolasie e Sequeira é “uma disputa de bola” com uma “escorregadela” do extremo leonino. “Não sei como é que o VAR não vê a escorregadela. É lance para amarelo, não é para expulsão”.
O desaire do Sporting esta noite em Braga constitui uma “desilusão” nos objectivos dos leões, admitiu Silas.
“Naturalmente que a derrota é difícil de digerir. O objectivo era chegar à final mas não conseguimos. Se o jogo acabasse 11 contra 11, tínhamo-lo disputado até ao fim”, atirou.
O técnico foi ainda instado a comentar o seu futuro à frente dos destinos do Sporting e foi contundente na resposta.
“Eu tenho capacidade para estar aqui. Só treino há dois anos mas sei que vou ter uma boa carreira”, assinalou, antes de reconhecer a “intranquilidade” que o clube leonino atravessa. Já hoje, no Estádio Municipal de Braga, os adeptos ergueram faixas a exigir a demissão do presidente Frederico Varandas.
Pedro Manuel Magalhães e Tiago Barquinha Gonçalves
