“O IPCA não atua numa lógica concorrencial e vai continuar a crescer”

A presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Maria José Fernandes, afirma que a instituição não atua numa lógica concorrencial apesar de se tratar de um projeto muito regional, defendendo que o sucesso ao fim de 25 anos está relacionado com o facto de ter percebido qual era o seu papel na região.
Esta terça-feira, em entrevista ao programa da RUM Campus Verbal, a presidente do IPCA, que se prepara para iniciar o segundo mandato à frente da instituição, sublinhou a ideia de que o instituto tem conseguido colmatar as falhas detetadas na região. “Se me perguntarem qual é o fator de sucesso do IPCA ao fim destes 25 anos, tem muito a ver com o ter percebido qual era o seu papel na região, não colidindo com aquilo que já existia, cobrindo as áreas deficitárias e, sobretudo, formando e capacitando mais a população”, respondeu a presidente do IPCA.
Projetando os próximos quatro anos, Maria José Fernandes garante que a investigação vai ser cada vez mais uma aposta do instituto sediado em Barcelos. “O politécnico faz exatamente a mesma investigação que se faz nas universidades, até mais aplicada, muito ligada ao tecido empresarial e temos conseguido ótimos resultados”, afirmou a responsável, acrescentando que na área da inteligência artificial (o IPCA) não tem conseguido responder a todas as solicitações”. Uma investigação que, segundo aquela responsável, acontece “muito em rede porque o IPCA é um projeto muito regional”.
ESCOLA SUPERIOR DE DESIGN TRANSFERIDA PARA O CENTRO DE BARCELOS DENTRO DE UM ANO
A presidente do IPCA estima que dentro de um ano a Escola Superior de Design seja transferida para o centro da cidade de Barcelos. Trata-se de uma escola primária, cedida pela autarquia, e que será reabilitada depois de um processo que sofreu vários atrasos.
Maria José Fernandes adianta que este novo edifício “no coração da cidade, vai permitir uma ligação permanente entre os estudantes e o campus através de um acesso pedonal”. A obra já foi adjudicada e a reabilitação do edifício começará em breve. A expetativa é que “dentro de um ano e pouco” os estudantes já estejam instalados no novo espaço.
PRÓXIMOS QUATRO ANOS SERÃO VOLTADOS PARA O INVESTIMENTO
A ausência de uma residência é uma das lacunas da instituição que se estima que seja colmatada até 2025. Maria José Fernandes lamenta a situação, lembrando que o IPCA é a única instituição de ensino superior do país sem esta valência. Atualmente, para responder às necessidades de alguns dos estudantes, é o próprio IPCA quem aluga a privados apartamentos.
O crescimento do IPCA vai continuar com um novo centro de investigação, e uma nova instalação em Esposende. O concurso para a construção de um edifício naquele concelho foi publicado precisamente esta terça-feira em Diário da República.
O pólo de Braga vai contar com “quase mil alunos” dos cursos técnicos e profissionais já a partir de setembro, assim como em Vila Nova de Famalicão e em Guimarães, no Avepark. Também na cidade berço vai surgir uma Escola de Hotelaria e Turismo com licenciaturas e mestrados.
IPCA é cada vez mais a 1ª opção dos estudantes
Um dos indicadores “mais importantes” realçado pela presidente do IPCA está relacionado com o facto de quase 40% dos alunos escolherem este instituto politécnico como 1ª opção no último ano letivo.
“O IPCA é visto muito como uma alternativa. Nas candidaturas aos mestrados para o próximo ano letivo, acho que na primeira fase vamos preencher todas as vagas, muito pelo reconhecimento daquilo que é o IPCA hoje”, atesta.
Com mais de 5.700 alunos, a presidente do IPCA acredita que este número vai aumentar no decorrer do mandato.
O campus, em Barcelos, contará em breve com um novo laboratório que permitirá a libertação de algumas salas tendo em vista essa finalidade.
Os estudantes internacionais também entram no leque de objetivos. Por enquanto, chegam sobretudo do Brasil e dos PALOP.
Apesar de todas estas ambições, Maria José Fernandes lamenta que o IPCA, atualmente com 5700 estudantes, receba exatamente o mesmo financiamento que recebia quando tinha 2 mil estudantes. A expetativa da responsável é que o PRR e os fundos estruturais “ajudem a colmatar estas falhas”.
