“O PS deve apresentar um candidato que conheça os problemas de Braga”

O presidente da comissão política concelhia do PS Braga quer ser o candidato à CMB em 2021. Diz que essa foi sempre a sua disponibilidade perante os militantes, mas reconhece que este é um processo partilhado entre a concelhia e a nacional. A definição dos candidatos do PS às capitais de distrito deve ser conhecida dentro de poucas semanas. Em Braga, Hugo Pires, actual deputado na Assembleia da República e antigo vereador do PS, manifestou já publicamente a sua disponibilidade.
Na noite desta terça-feira, em entrevista ao programa Campus Verbal, Artur Feio assumiu que a actual direcção da concelhia tem mais conhecimento e um projecto já articulado para aquilo que deve ser o caderno de encargos ao mandato 2021-2025.
Referindo que quer “o melhor para o PS”, Artur Feio assume que este deve ser um processo partilhado entre a concelhia e a nacional. “Tendo já um projecto de cidade, não podemos deixar de apresentar uma solução ao partido. A autonomia do poder do local deve ser respeitada pelo PS nacional”, defende.
Interpelado sobre a disponibilidade de Hugo Pires para ser candidato do PS em 2021, Artur Feio alerta que o antigo ‘super-vereador de Mesquita Machado’ “é hoje uma pessoa distante do concelho”.
Recorde-se que Hugo Pires anunciou, aos microfones da RUM, estar disponível para ser o candidato à CMB no acto eleitoral de 2021. “Saberemos encontrar a melhor alternativa, sendo certo que o PS deve apresentar alguém que conheça os problemas da cidade e seja uma voz presente no concelho”, continua Feio.
Na óptica do actual líder do PS Braga, o seu partido “é a alternativa que se impõe” em Braga. Acusando a coligação de Ricardo Rio de estar a levar a cabo uma gestão que deixou a cidade “com muitos problemas”, o socialista critica também o actual presidente por ter abandonado as freguesias, sobretudo as mais rurais. “O que nos separa de Ricardo Rio é o modelo que queremos para a cidade. Primeiro para nós estão os bracarenses e os problemas da cidade. Já foi bom viver em Braga. Os bracarenses sentiam orgulho da cidade e identificavam-se com ela”, explica.
“Nunca afastaria o cenário de coligação à esquerda”
Em 2017 foi por pouco que a esquerda não se apresentou coligada em Braga. Em entrevista à RUM, Artur Feio revela que a CDU inviabilizou essa possibilidade nas últimas autárquicas, mas anuncia que o PS “está disponível para um cenário de coligação aberta”, novamente.
Afastando a possibilidade de um programa de “megalomania”, o socialista adianta que o programa eleitoral do PS terá como foco a resolução dos problemas que a cidade enfrenta.
Quanto à escolha dos candidatos do PS para as freguesias, Artur Feio refere que o trabalho está em curso e o objectivo passa por recuperar as freguesias que se foram perdendo, além de um reforço no número de mulheres candidatas. As freguesias urbanas continuam a ser lideradas pela coligação Juntos por Braga. Artur Feio admite “algumas alterações” e assume a dificuldade de fazer a diferença já que as mesmas “dependem muito do poder municipal”. Por essa razão, considera ainda que o melhor é aguardar pela definição do rosto à CMB.
“O PS não erra duas vezes”
Numa avaliação ao Partido Socialista, na oposição em Braga desde 2013, o actual presidente da comissão política concelhia assume as dificuldades iniciais, considerando-as “normais” dada a longevidade do PS na governação da cidade, e realça o “fortalecimento” da vereação socialista no actual mandato. “Os socialistas estão cada vez mais fortes no executivo bracarense, procurando dar voz e resposta aos problemas colocados pelos cidadãos, cada vez mais empenhados em procurar respostas para os problemas”, refere.
Recordando o protagonismo “inicial” da CDU no primeiro mandato, Artur Feio defende que mais recentemente esse papel tem pertencido aos vereadores do PS.
Artur Feio acusa ainda a coligação governada por Ricardo Rio de rejeitar propostas do PS nas reuniões de câmara para depois as recuperar e apresentar como propostas da coligação Juntos por Braga.
O putativo candidato à CMB afirma que o PS “encontrou um rumo diferente” depois de 37 anos de gestão autárquica e avisa que o partido não erra duas vezes. “Não queremos errar da mesma maneira. Houve muitos erros no passado e cumpre-nos o papel de não voltar a errar. Nós não erramos duas vezes e a nova geração tem o orgulho de projectar um futuro que faça jus aos desígnios do Partido Socialista”.
