O que dizem os candidatos à CMB a uma governação eleitoral sem maioria?  

Foi uma das questões lançadas no debate promovido pela RUM. Numas eleições autárquicas com dez candidatos à Câmara Municipal de Braga, e numa mudança de ciclo obrigatória após Ricardo Rio ter atingido o número limite de três mandatos consecutivos como presidente, aproxima-se a hora de Braga conhecer o seu novo presidente. Uma mulher não será certamente até porque ao contrário de eleições autárquicas anteriores, não surge nenhuma candidata do sexo feminino.


A coligação Juntos por Braga governou sempre com maioria nestes doze anos, mas parece pouco provável que quem vencer no próximo domingo consiga alcançar essa maioria absoluta para uma governação sem dependência de elementos que possam constituir a oposição.

Vários cenários hipotéticos em cima da mesa e foi com algumas possibilidades que a RUM foi questionando os dez candidatos presentes no último grande debate.

João Rodrigues surge como rosto da coligação do poder atual em Braga e acredita que será o próximo presidente. Mas num cenário de vitória minoria admite que tudo está em aberto, assinalando também que “há diversos exemplos de câmaras municipais bem geridas com minorias”. “Estamos a trabalhar para ganhar, para ganhar com uma maioria confortável. No caso disso não acontecer, obviamente estamos disponíveis para falar com todos. O Rui Rocha (IL) não está disponível, aliás é deputado e quer continuar a ser”, começou por responder para mais à frente afirmar que a coligação “não tem linhas vermelhas com ninguém”.

O Partido Socialista governou 37 anos, mas nos últimos doze ficou sempre em segundo lugar. Num cenário de vitória sem maioria, António Braga explica também que isso não significa a necessidade de qualquer aliança. “Esperamos uma vitória confortável para poder governar com estabilidade o município de Braga e é nesse cenário que trabalhamos. Avaliaremos o cenário que resultar, mas é possível governar em minoria”, respondeu.

Há três eleições autárquicas consecutivas a CDU elege sempre um vereador. Se vencer, João Baptista admite que convida os vereadores da oposição para assumir pelouros. Caso conquiste o lugar de vereador, tudo dependerá de quem for o próximo presidente. “Se assumirmos a presidência, somos a primeira força política a convidar a oposição a ter pelouros. Em relação a nós, se vamos ou não assumir pelouros e fazer parte de uma solução, tem que ser estudado caso a caso”, atirou.

Caso seja eleito vereador, António Lima esclarece que só aceitará uma aliança com a esquerda. “Evidente que havendo soluções de esquerda, posso não ser um vereador de oposição. Se não houver soluções de esquerda serei vereador da oposição”, vincou.

Rui Rocha, candidato da Iniciativa Liberal, afirma que se vencer e sem maioria, tudo dependerá de quem estiver na oposição. Se for eleito vereador assumirá a responsabilidade de estar apenas na oposição, recusando qualquer aliança para garantir governabilidade. “A candidatura que apresentamos é para conquistar a câmara de Braga. Se essa vitória acontecer sem maioria absoluta, obviamente teremos que considerar as opções necessárias para assegurar a estabilidade. Se essa vitória não acontecer quero ser muito claro: a predisposição que eu próprio tenho e a Iniciativa Liberal é de sermos oposição e é isso que assumiremos”, concluiu.

Ricardo Silva, candidato do movimento Amar e Servir Braga diz que quer assumir a presidência, em qualquer outro cenário, a responsabilidade é de respeitar os eleitores. “Quem se apresenta a sufrágio tem a responsabilidade de dizer que vem para ser presidente de câmara. Estamos de facto aqui para discutir o resultado. Saberemos interpretar os resultados que a população ditar e, obviamente, seremos responsáveis para cumprir aquilo que a população quiser que nós sejamos”.

O Chega está confiante que vai conquistar a Câmara de Braga. No debate da RUM surgiu Mónica Lopes, a substitir Filipe Aguiar, notando que é preciso “esperar pelo dia seguinte porque o partido está convicto na vitória”. 

O candidato do Livre, Carlos Fragoso, explica que este é um partido “aberto a pontes e a estabelecer diálogos com as forças políticas democráticas”.

Francisco Pimentel, candidato do ADN, reconhece dificuldade na eleição e ironizou na resposta: “serei obviamente um vereador da oposição porque ninguém me vai querer no executivo (risos), o que eu noto aqui é que toda a gente faz alianças com toda a gente”. 

Já o candidato do MPT, Hugo Varanda preferiu assinalar “a vitória para o partido da terra ao candidatar um jovem de 24 anos que tem de enfrentar tubarões políticos”.

É possível ouvir ou visualizar o debate realizado pela RUM entre os candidatos à CMB. Foi o último nesta campanha eleitoral.

No domingo, 12 de outubro, a escolha está nas mãos do eleitorado.

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Elsa Moura
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Sérgio Xavier
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