Obras na Avenida da Liberdade deverão arrancar em setembro

A requalificação da Avenida da Liberdade, em Braga, não deve arrancar antes de setembro. A intervenção, orçada em 2,8 milhões de euros, prevê a transformação do coração da cidade ao longo de 850 metros, desde o seu cruzamento com a Rua do Raio até a Rotunda de S. João da Ponte. No projeto consta a inserção de vias ciciáveis, novas travessias pedonais, eliminação de barreiras à circulação inclusiva, incremento da arborização e eliminação de passagens inferiores.
A redução no número de veículos e redução das velocidades praticadas, cruzamentos e passadeiras sobrelevados ao nível dos passeios, associados a soluções semafóricas inteligentes e inovadoras, que irão aumentar significativamente o conforto e a segurança para peões e ciclistas estão também previstos.
As paragens de transporte público são redesenhadas, de modo a que a plataforma de embarque fique elevada 30cm acima da faixa de rodagem, facilitando o acesso aos autocarros. O projeto prevê igualmente a reformulação e/ou reposicionamento do mobiliário urbano, da iluminação pública, da sinalização e das demais infraestruturas, compatibilizando-os com o novo desenho da via, e a execução de canteiros junto aos limites da faixa de rodagem, com novas plantas que não exigirão sistema de rega.
Já os espaços afetos ao estacionamento público serão revistos, dando-se prioridade às atividades de cargas e descargas, mantendo-se, contudo, alguns lugares de utilização comum, bem como lugares de mobilidade condicionada.
Oposição lamenta não ter acesso ao projeto para poder votar com conhecimento de causa
A proposta de abertura de procedimento de formação de contrato foi aprovada, com a abstenção CDU e os votos favoráveis do PS e da coligação Juntos por Braga. Os vereadores da oposição lamentam não ter mais informação sobre o projeto para poder votar com conhecimento de causa.
No global, a comunista Bárbara de Barros concorda com a intervenção, mas defende “que o valor será insuficiente para uma requalificação deste tipo”. A comunista lamentou ainda que a coligação tenha decidido avançar com uma empreitada desta envergadura sem ouvir comerciantes e moradores. “Confirmaram-nos que falaram com a Junta de Freguesia, os Transportes Urbanos de Braga e a AGERE, mas deixaram moradores de fora, assim como associações cicláveis, como a Braga Ciclável, que tem estudos e propostas válidas e deixaram de fora estudos de tráfego. Podemos estar a cometer o mesmo erro que cometemos nas zonas 30 ou no Pavilhão das Goladas”, afirmou.
No PS, Hugo Pires alerta para a necessidade de garantir estacionamento “para que os prédios degradados possam ter condições para ali se viver”. “Achamos que tem que ser uma via de dimensões mais urbanas, mais amiga dos peões e bicicletas”, sugeriu ainda. Já Artur Feio manifestou preocupação com “a perspetiva de se fazer intervenções grandes, deste valor, e não sabermos se vai resolver efetivamente os problemas”.
“Há sempre sacrifícios a fazer, foram ponderadas todas as alternativas e foi tentado maximizar o efeito da intervenção em benefício das pessoas, mas não se consegue ter o máximo de satisfação em relação a todas as partes envolvidas, de quem quer estacionamento, ciclovias ou passeios”, argumentou o autarca, garantindo a qualidade do projeto.
A empreitada na Avenida da Liberdade, que deve arrancar em setembro, uma vez que agora segue para concurso e está sujeita ao visto do Tribunal de Contas, bem como a intervenção prevista para o túnel. Ambas as intervenções serão “consertadas”, mas “com algum faseamento para não prejudicar o trânsito” numa das zonas fulcrais da cidade.
