Início do ano d’A Oficina explora o futuro dos museus e o conceito de poder

Exposições, concertos, peças de teatro e visitas performativas vão preencher o programa da cooperativa cultural A Oficina, em Guimarães, entre os meses de Janeiro e Abril, nos espaços do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) e Casa da Memória (CDMG).
Esta manhã, na apresentação do programa, Rui Torrinha resumiu o primeiro quadrimestre cultural do ano em Guimarães como uma “viagem preocupada com as temáticas e as transformações do mundo, através da arte“. A partir do livro Caos e Ritmo, de José Gil, o programa d’A Oficina oferece, já no próximo dia 18, os Encontros Para Além da História, uma proposta do antigo director artístico do CIAJG, Nuno Faria, e que coloca uma coreografia em torno de palavras, sons e movimentos no palco do Centro Internacional de Artes José de Guimarães.
Entre Fevereiro e Março, dá-se início ao ciclo “Perspectivas sobre o Poder – parte I“, uma proposta que vai ocupar o CCVF com duas peças de teatro e uma de Novo Circo. O ciclo, explicou Rui Torrinha, é “uma perspectiva de relação da arte com as diferentes formas de poder, nas vertentes da propriedade, construção da sociedade e a relação dos indivíduos”. O segundo mês do ano que é também palco da 10ª edição do Guidance, já previamente apresentada.
Em Março, no dia 7, o futuro dos museus é explorado na inauguração da exposição “Museu do Futuro #1“, uma proposta que Torrinha esclareceu ser “um estaleiro, onde se convocam uma série de especialistas onde se quer relançar o CIAJG como peça fundamental das artes visuais em Portugal”. O dia é dedicado ao lugar e ao espaço do museu e inclui o concerto de Plantasia, que une Bruno Pernadas e Moullinex.
Em Abril, entre os dias 15 e 18, arranca o Westway Lab, festival que este ano, nas palavras de Torrinha, “vai intensificar a relação com a cidade, sempre nas vertentes das conferências, concertos e residências artísticas”.
No programa de concertos, que será ocupado sobretudo no CCVF, a aposta vai passar por dar palco a artistas locais emergentes, nomes consolidados e grandes concertos, como são os casos de Capitão Fausto (dia 25 de Janeiro) e Camané com Mário Laginha (dia 14 de Março).
“Oferta quer ser equitativa”
Adelina Paula Pinto, vereadora da Cultura em Guimarães, elogiou o programa apresentado pela cooperativa municipal e considerou que A Oficina está “numa fase plena e de maturação, interpelando e colocando o público em desassossego e o cidadão mais interventivo”. O programa cultural da cidade que, na sua opinião, coloca “Guimarães como um território diferente na Cultura” em Portugal, tem “o princípio da equidade”.
“Achamos que a Cultura é essencial para o crescimento do cidadão e, se achamos isso, temos de a dar a toda a população e não apenas a um grupo”, referiu, lembrando que o orçamento d’A Oficina advém de verbas directas do orçamento municipal, o que permite “à população pagar uma parte residual dos espectáculos”.
Director do CIAJG será conhecido até ao final de Março
A vereadora da Cultura em Guimarães aproveitou a apresentação do programa quadrimestral d’A Oficina para revelar que o novo director-artístico do CIAJG será conhecido até ao final de Março. A autarca referiu que o perfil está identificado e será aberta, ainda este mês, a candidatura para o novo responsável do espaço cultural vimaranense, órfão de director-artístico desde a saída de Nuno Faria em Julho passado.
Toda a programação d’A Oficina pode ser conhecida, na íntegra, aqui e os bilhetes para as actividades podem ser adquiridos aqui.
