Oposição acusa Câmara de Guimarães de “fracasso político” na área económica

A oposição no executivo municipal de Guimarães acusa a maioria socialista, liderada por Domingos Bragança, de “fracasso político na área económica”, dando como exemplo a verba do PRR que o concelho vai arrecadar.
Ficando atrás de municípios como Famalicão, Viana do Castelo e Braga, Ricardo Araújo, líder da coligação de direita ‘Juntos por Guimarães’, diz estar “fortemente preocupado” pelo facto de os montantes previstos de investimento do PRR colocarem Guimarães “pessimamente posicionada” comparativamente a outros concelhos.
“Em cerca de 530Milhões de Euros que estão previstos para os distritos de Braga e Viana do Castelo, cerca de 52% deste valor está previsto para o concelho de Braga. Em contrapartida, Guimarães só tem 7%, ou seja, 40Milhões de Euros. Fica atrás de Braga (275ME), fica atrás de Famalicão (90ME)e fica atrás de Viana do Castelo (50ME). Isto é altamente preocupante. Guimarães tem vindo a perder centralidade, está a perder competitividade, e este é mais um exemplo do fracasso económico da política socialista nos últimos dez anos”, analisou em tom crítico.
O líder da oposição diz também que “do ponto de vista quantitativo é absolutamente arrasador”, temendo pelo futuro do concelho de Guimarães no setor económico, lembrando que no caso de Braga os principais projetos financiados são em áreas tecnológicas, à semelhança de Famalicão, com investimentos que envolvem empresas e centros de investigação, enquanto que no caso de Guimarães, o principal projeto financiado “é uma estrada”, referindo-se ao projeto de acessibilidades ao Avepark.
Domingos Bragança refuta acusações e lembra que PRR está vocacionado para grandes empresas
Uma visão da qual o líder socialista discorda. Domingos Bragança sublinha que o PRR está vocacionado, sobretudo para grandes empresas, e lembra que o concelho tem 14 mil empresas, mas de menor dimensão. “A estrutura empresarial de Guimarães é constituída por milhares de micro, pequenas e médias empresas, e o PRR foi muito vocacionado para as grandes e muito grandes empresas”, responde. O autarca refere também que o município está a trabalhar para que as médias empresas de Guimarães passem para outro patamar, mas assume que é um trabalho demorado.
Nessa medida, de nota que “muita da investigação para o grupo Bosch é feita em Guimarães”. “E se gostávamos de ter esta empresa estrela em Guimarães, obviamente que sim. Continuaremos a trabalhar com insistência e persistência para afirmar o nosso cluster têxtil, mas também para a afirmação da diversificação industrial e da criação do cluster da saúde e biotecnologia, alicerçado no Instituto Cidade de Guimarães, no Avepark”, apontou.
“Temos trilhado um caminho muito interessante, fazendo com que o que é produzido nas nossas universidades seja transferido para a economia, mas quero referir que, por exemplo, se consultarem a PORDATA, Guimarães não tem um estudante universitário e não tem nenhuma universidade. Consideram que a UMinho tem sede em Braga e todo o investimento, mesmo que seja em Guimarães, é contabilizado em Braga. Isso desvirtua a realidade de Guimarães”, informou, reiterando que já exigiu que seja feita a devida correção.
Domingos Bragança diz que o Município de Guimarães, quando comparado com os municípios vizinhos, está bem posicionado no processo das candidaturas, da sua iniciativa e responsabilidade, e aprovação dos fundos europeus provenientes do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência. “Naquilo que diretamente diz respeito ao Município de Guimarães, todos os projetos que candidatámos ao PRR foram aprovados”, concluiu.
