Oposição considera que Agere pode ir mais além nos descontos dos tarifários

A alteração dos tarifários dos resíduos urbanos da Agere foi aprovada esta segunda-feira, em reunião do executivo municipal com votos a favor da coligação e abstenção dos partidos da oposição (PS e CDU).
Os tarifários da água e saneamento não vão sofrer qualquer alteração em relação a 2019. Quanto ao
tarifário aplicado aos resíduos urbanos, a empresa municipal vai aplicar descontos, que representam um encargo direto para a AGERE na ordem dos “600 mil euros”.
O ponto mereceu a abstenção do Partido Socialista e da CDU, por considerarem que os números apresentados pela Agere permitiam ir mais além.
Rui Morais, administrador da Agere, lembrou que além dos 600 mil euros que esta redução vai pesar nas contas da empresa, há ainda “uma prioridade na Agererelacionada com o acordo colectivo de trabalho, aplicação e reformulação de categorias e distribuição de resultados para os trabalhadores, que terá um impacto de 1 milhão de euros”.
“Queremos mais! A empresa deve ser mais agressiva nos descontos ou em investimentos”
Artur Feio, vereador socialista, considera que a redução no tarifários dos resíduos urbanos “não é expressiva”, já que em causa estará a poupança de “1 ou 2 euros na factura mensal de uma família”.
“Temos que ter que noção que a AGERE liberta 5 milhões por ano e, portanto, estamos a falar de nem 10% do impacto nesse resultado”, disse o socialista. Rui Morais lembrou que a empresa terá que investir cerca de “um milhão de euros em termos de recursos humanos, nomeadamenete em contratos”.
Artur Feio aponta ainda a falta de investimento da Agere na cidade. “Queremos mais! A empresa deve ser mais agressiva na forma como vai fazendo estes descontos, mas, sobretudo, em investimentos em termos de serviços. Continuamos com a ETAR de Frossos sem resolução, continuamos a ter imensos problemas ao nível da recolha dos lixos e manutenção dos mesmos e temos visto com a chuva um problema grave do ponto de vista da rede pluvial para o qual também não temos resposta”, apontou.
Carlos Almeida considera que os descontos nos tarifários da água e saneamento devem ser contínuos.
O vereador comunista condena “a imposição da ERSAR”, que “retira autonomia aos municipios para regular os tarifários aplicados, de acordo com aquelas que são as realidades”.
AGERE não avança com mais descontos por uma “questão estratégica”
O presidente da autarquia explicou ainda que os descontos foram a forma encontrada para “reduzir o encargo paa a generalidade dos cidadãos”, lembrando que desde há seis anos já se registaram “duas reduções”. “Enquanto este executivo estiver em funções os descontos serão para manter”, disse Rio. Rui Morais foi mais longe e manifestou o desejo de os “ampliar, no futuro”.
Ainda assim, diz Rio, a Agere não avança com mais descontos por uma “questão estratégica”. “A empresa independentemente dos resultados também está numa fase de grandes investimentos, como a introdução da contentorização, alargamento da rede de saneamento e o projecto da construção da nova ETAR”, acrescentou.
A alteração do tarifário dos resíduos urbanos vai beneficiar mais de 77 mil consumidores. A taxa de recursos hídricos, explicou ainda Rui Morais, é imposta pelo Governo, sendo entregue na totalidade à Associação Portuguesa do Ambiente.
