Orçamento de Famalicão para 2022 aprovado com abstenção do PS
Transportes, educação e recursos humanos. Estas são as três áreas em que o município de Vila Nova de Famalicão mais vai investir em 2022. O Plano e Orçamento foi aprovado, esta quinta-feira, em reunião de Câmara extraordinária, à porta fechada. O documento mereceu a abstenção dos quatro vereadores do Partido Socialista.
Maria Augusta Santos, vereadora eleita pelo PS, afirmou aos jornalistas que, sendo “o primeiro orçamento deste executivo” o PS entendeu que o documento “era merecedor da abstenção”. Ainda assim, vincou, “o plano está cheio de boas intenções e de facto retrata o manifesto eleitoral da coligação”. “Contudo, estamos crentes que parte das atividades previstas dificilmente serão concretizadas ao longo deste ano”, acrescentou.
O PS alertou o executivo liderado por Mário Passos para as rubricas definidas como “outras”, que “vão desde 15 euros até mais de meio milhão de euros”, e que precisavam de “um esclarecimento”. Maria Augusta Santos destacou as despesas com pessoal, que “correspondem a 24% do orçamento, ou seja, mais de 32 milhões de euros”, a aquisição de béns e serviços que tem destinados mais de 46 milhões de euros (35% do orçamento) e
“outras despesas correntes, com cerca de dois milhões”. “Foi-nos dito que as candidaturas a fundos comunitários poderão ser uma alavanca para a exequibilidade de alguns projetos. Vamos ver”, finalizou.
Mário Passos destacou três áreas de investimento: transportes, educação e recursos humanos.
Para os transportes serão alocados cerca de cinco milhões de euros. “Temos que fazer uma revolução nos transportes públicos, em Famalicão. Queremos ter uma rede como nunca tivemos”, justificou o autarca, alertando para a importância desta área na sustentabilidade ambiental do concelho.
Nas Grandes Opções do Plano e Orçamento 2022 o destaque vai para o arranque do projeto Mobi.Ave, que pretende ligar os municípios de Famalicão, Trofa e Santo Tirso. O executivo deverá investir 54 milhões de euros nos próximos oito anos, de modo a garantir um eficiente serviço público de transportes rodoviários de passageiros no concelho.
“A Educação tem alocada uma verba superior à do ano transato, mais 1,4 milhões, porque queremos que seja uma prioridade no concelho para que os famalicenses tenham um emprego com mais qualifade e salários mais elevados”, acrescentou o autarca. Nesta área, o município vai investir 5,8 milhões de euros.
Para Mário Passos, ter mais recursos humanos é sinal de que “há mais serviços, mais infraestruturas e mais atividade”. O presidente da Câmara adiantou ainda que serão contratados mais 25 assistentes operacionais para as escolas do concelho, em janeiro de 2022. O número, referiu Mário Passos, deverá crescer ao longo do ano.
“O futuro de Vila Nova de Famalicão está indissociavelmente ligado ao que será realizado na qualidade da educação ao longo de toda a vida. Conforme definido na Carta Educativa do concelho, o EDUCA 20.30, assumimos a Educação como uma prioridade estratégica para o crescimento individual e coletivo, para mais qualificação, para mais e melhor emprego”, afirmou o autarca.
Solidariedade, Desporto, Ambiente, Sustentabilidade, Cultura, Saúde e Economia mantêm-se como apostas fortes do executivo.
O Orçamento de Famalicão, que é um dos maiores do distrito, permitirá cumprir as promessas eleitorais da coligação PSD/CDS-PP, diz o autarca. Além disso, trata-se de um documento “precavido” face à instabilidade do contexto pandémico, face à incerteza no que diz respeito às candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência e ao Portugal 2030, bem como à descentralização de competências que possam surgir em 2022.
Dos 133 milhões, Mário Passos detalhou que 13 milhões serão provenientes de fundos comunitários, o que equivale a 10%. “O Orçamento vai ser objeto de alterações modificativas ao longo de 2022 e, no final do ano, acredito que seja um orçamento bem maior”, finalizou.
