Ordem dos Médicos pede número concreto de pessoas para ceia de Natal

A Ordem dos Médicos diz que o Governo ou a Direcção-Geral da Saúde (DGS) têm de dar uma indicação muito clara aos portugueses do número máximo de pessoas que se devem reunir no Natal.

O bastonário, Miguel Guimarães, diz à TSF que esta é a “principal recomendação” que deve ser feita e que, pelo contrário, ainda não existe, ao contrário do que já aconteceu em inúmeros países europeus.

Numa altura em que o Governo define as regras concretas do novo estado de emergência que vai abranger o Natal e o Ano Novo e em que as medidas têm sido mais apertadas na Europa, o representante dos médicos afirma que “não há um número mágico”, mas é preciso ser “claro e fazer uma recomendação que a maioria das pessoas vai cumprir”.

Miguel Guimarães sublinha que os números de casos de Covid-19 têm descido, mas as novas infecções continuam muito acima do desejável e daquilo que acontecia na primeira vaga.


“O apelo que deixo é que se defina um número com base em um de dois critérios: ou o núcleo do agregado familiar mais um número extra de pessoas que se possa juntar; ou um máximo certo de pessoas”.

“Tecnicamente podemos ter festas de Natal com 30, 40 ou 50 pessoas”, sendo urgente, segundo o bastonário, indicar já um número máximo recomendado – em cima da hora dificilmente as pessoas mudarão os seus planos.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia também está preocupado e avisa que mais do que o número de pessoas o maior problema do Natal é o número de agregados familiares que se reúnem na época festiva.

Paulo Paixão diz à TSF que conhece casos que o levam a ficar assustado com as novas infecções que podem surgir no início de 2021.

“Já ouvi pessoas a dizerem que como são poucos por agregado familiar podem juntar quatro ou cinco agregados…”, diz o especialista, que sublinha: um agregado refere-se a todas as pessoas que vivem na mesma casa e juntar mais que dois agregados familiares é um grande risco.


Admitindo que aquilo que foi até agora explicado pelas autoridades não chega, o virologista adianta que “o Governo, as autoridades de saúde, têm agora uma semana para, de uma forma muito clara, explicarem as medidas para o Natal”.

Paulo Paixão explica que tem falado com pessoas ligadas à saúde e mesmo essas têm dúvidas simples como o significado de um “‘agregado familiar’, uma ‘bolha’ e quais as regras muito concretas”. “Garanto que uma boa parte dos portugueses ainda não percebeu as regras fundamentais para este Natal”, conclui.

TSF

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