“Os estudantes foram os arautos da Liberdade”

“Os estudantes foram os arautos da Liberdade”. A opinião é do professor universitário e membro da Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga, Manuel Sarmento, e foi partilhada na conferência internacional ‘A Resistência Comparada’. O docente lembrou o seu percurso na “brigada suicida”, que fazia pichagens contra a guerra colonial e a repressão aos plenários dos estudantes., afirmou. De Braga, recorda os focos da resistência, as greves operárias e os movimentos operários católicos que se opuseram ao Estado Novo.

O ciclo de conferências “Diálogos com a Democracia”, organizado pela Comissão Promotora de Homenagem aos Democratas de Braga, decorreu esta segunda-feira, na Associação Empresarial de Braga, onde também esteve Benvindo Sequeira, ator, radicado em Braga, apontou as recentes ameaças de que foi alvo por parte do que designou como “o fascismo de Bolsonaro”. “Vim para o colo da mãe portuguesa”, acrescentou. O ator brasileiro lembrou ainda a morte de Humberto Delgado, que diz ter marcado muito quem estava na resistência no Brasil. A Revolução dos Cravos, disse ainda, “foi uma festa para os brasileiros”.

“A Democracia não tem dado resposta às necessidades das pessoas”, disse o embaixador da Argentina em Portugal, Rodolfo H Gil. O diplomata, que sofreu “com a perseguição do regime”, falou de “uma dimensão dolorosa”, lembrando os milhares de mortos e desaparecidos durante a ditadura entre 1966 e 1973.

O professor e investigador chileno, Cláudio Sunkel, diz que a sua “juventude foi cortada”, com a família escondida. O atual diretor do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto e presidente do Conselho Geral do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, saiu do Chile em dezembro de 1974, optando pela nacionalidade portuguesa. “Foi uma segunda mãe”, frisou o investigador, que falou ainda das marcas deixadas pela ditadura militar e pela morte de milhares de pessoas.

Xosé Maria Dobarro Paz é agora professor catedrático da Universidade de Corunha, mas o seu discurso esteve centrado na ditadura espanhola, na “forte censura” que se viveu naquele período e na “forte presença da Igreja” na governação do país.

“Tenho na memória como tudo começou”, disse o professor catedrático grego, Elias Soukazis, recuando até ao ano de 1967. No quarto, revelou, tinha o cartaz do 25 de Abril com o menino a colocar um cravo no cano da espingarda. A vida, disse, “era limitada para os jovens, que não podiam sair de casa à noite, apontando dois erros ao regime que acabou em 1974: “os ataques às universidades e o golpe no Chipre”

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Liliana Oliveira
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