Os principais desafios de Biden no dia em que toma posse como presidente dos EUA

Joe Biden toma hoje posse como 46º presidente dos Estados Unidos da América (EUA), numa cerimónia agendada para as 11h locais, 16h em Portugal.
A investidura do democrata de 78 anos – o mais velho a assumir o cargo – terá como principal obstáculo, desde logo, a possibilidade de existirem infiltrados, apoiantes de Donald Trump, entre os 25 mil agentes da Guarda Nacional, responsáveis por garantir a segurança da cerimónia no Capitólio.
“Espera-se que tudo corra com normalidade mas não podemos descartar nada: tudo é possível, como vimos na invasão ao Capitólio. E não há nada que nos diga que não possa existir infilitrados entre os polícias e militares”, diz à RUM o politólogo José Palmeira.
A tomada de posse é apenas o princípio de um mandato que se prevê complexo. Joe Biden herda um país profundamente dividido e a tarefa será unificar o país.
“Não nos podemos esquecer que Trump, apesar de ter perdido as eleições, teve uma votação muito expressiva. Havendo eleições para o congresso daqui a dois anos, a atual maioria democrata poderá desaparecer caso o eleitorado não fique convencido com administração Biden”, explica o especialista.
Além dos domínios social e político, o democrata vai pegar num país com uma pandemia por controlar – já disse que vai obrigar todos a usar máscara – e mergulhado numa forte crise económica. Biden prometeu uma política mais social-democrata, de apoio às classes mais baixas, e a tributação aos mais ricos deve regressar.
Certo será o regresso dos EUA ao acordo climático de Paris e a recuperação das relações transatlânticas, com a União Europeia.
De Trump, Joe Biden poderá manter “algumas políticas que foram seguidas em relação à China e ao Médio Oriente e que tiveram resultados positivos”, antecipa José Palmeira.
Biden terá o “presidente sombra” Trump
Outro dos desafios de Joe Biden será o fantasma Trump, derrotado nas eleições que já anunciou que não vai marcar presença na tomada de posse de Biden. Em vez disso, vai realizar uma cerimónia de despedida, com a certeza que a sua figura não vai desaparecer tão cedo do panorama político norte-americano.
José Palmeira diz que caso Trump continue a ter o apoio do partido republicano, “o seu ego e as suas posições continuarão a ser alimentados”, estando em causa “um presidente sombra de Joe Biden, com o intuito de lhe infernizar a presidência”.
