Os Verdes querem “união” de Municípios para o bem do Rio Este

“Uma união para o bem do Rio Este”. É este o objectivo do Grupo Parlamentar Os Verdes que entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo através do Ministério do Ambiente e da Acção Climática, sobre o adiamento do Plano Intermunicipal de Monitorização e Restauro Ecológico do Rio Este.
Aos microfones da RUM, a deputada Mariana Silva defende que só através de um esforço em rede entre os Município de Braga, Vila Nova de Famalicão, Póvoa do Varzim e Vila do Conde será possível identificar e fazer o levantamento cadastral das redes e ramificações existentes no terreno, e deste modo proceder de forma eficaz à prevenção na origem das descargas poluentes que afectam o Rio Este ao longo do seu curso.
“É impossível despoluir uma parte do rio, pois o rio corre, por isso tem de ser um conjunto de acções por parte dos concelhos para despoluir o rio. Unam-se para o bem do Rio Este”, desafia a deputada.
A última descarga ocorreu esta sexta-feira, 20 de Novembro. A Câmara Municipal de Braga anunciou na semana passada que se encontram piquetes no terreno para controlar as descargas ilegais no rio Este, onde os técnicos das águas pluviais estão a trabalhar com as autoridades nas investigações.
Este é um problema antigo e já bem conhecido da população bracarense.
Em Janeiro de 2019, o vereador com a pasta do ambiente no executivo municipal bracarense, Altino Bessa, esclareceu que “muitas das cozinhas nas habitações da cidade ainda dirigem a água não para a rede de águas residuais, mas para a rede de águas pluviais e consequentemente para o rio”. O responsável justificou, na altura, que a curta duração dos efeitos das descargas acabava por dificultar a localização da origem, logo o vereador apelou aos cidadãos para fazerem um esforço de auto-fiscalização.
Face a estas explicações a deputada frisou que o processo é “difícil, mas não é impossível”, por isso o Município deve fiscalizar as origens e ramificações, de modo a entender se estas descargas provêm da indústria ou das ligações das habitações.
Na pergunta endereçada ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática tutelado pelo ministro Matos Fernandes, Os Verdes pretende ainda ter conhecimento de quantas contra-ordenações foram aplicadas.
