Paço dos Duques visitado por 1500 pessoas em abril e 1100 no 1.º domingo de maio

Mandado construir no século XV, por D. Afonso I, por altura do seu segundo casamento com D. Constança de Noronha, o Paço dos Duques de Bragança é, nos dias de hoje, um dos palácios mais visitados do país.

Em abril, mês que marca a reabertura de museus e palácios no país, depois do encerramento devido à pandemia da Covid-19, contabilizaram-se 1.500 visitantes. Um número ainda muito distante dos quase 15.000 que se contaram em abril de 2019, ano em que visitaram o Paço quase meio milhão de pessoas. Neste espaço cultural, as quebras ascendem a 80%.

No Dia Internacional dos Museus, entramos no palácio vimaranense, instalado junto ao Castelo, e que muitos associam a D. Afonso Henriques. Essa é, de resto, a primeira lição de uma visita guiada. O Paço perteceu a um Afonso, mas não ao primeiro rei de Portugal.

No percurso ouve-se parte da história de Portugal e conhecem-se os costumes da épooca. As tapeçarias que enfeitam as paredes, mas também as aquecem, as dimensões das camas, que são inferiores às dos dias de hoje, ou a ausência de casas de banho, porque na altura se usava apenas um pote, são alguns dos pormenores que a guia Dulce foi relatando ao grupo acabado de chegar da cidade de Matosinhos. A turma do curso de Turismo, do Centro de Emprego ee Formação do Porto, era acompanhada pela professora Marília Gomes, que aponta a visita como um “ótimo” complemento à matéria que é dada em sala de aula. “Representa bem o que era o século XV e é ótimo em termos de cultura geral dos formandos. Muitos deles nunca vieram a Guimarães e ao nível do conhecimento é importante para eles”, apontou.

Uma das primeiras paragens é na câmara, espaço a que agora chamamos de quarto, do duque. Esta foi uma das passagens que Antónia Dantas, formanda do curso de Turismo, mais gostou. Visitou o Paço durante a sua infância, “nas excursões de escola”, e hoje regressa já adulta e com outra visão da importância destes monumentos na história de um povo. “É bastante importante, aumenta o conhecimento do que foram as vidas passadas e saio daqui bem mais rica”, garantiu.

Isabel Fernandes, diretora do Paço dos Duques, confirma que os números de 2020 e 2021 se afastam muito dos que foram registados antes da pandemia, ainda assim acredita que “paulatinamente se vai chegar lá”. “Não há motivo para deixar de se visitar um espaço como este”, assegurou.

O número de visitantes tem aumentado e “as coisas estão a melhorar”. Só no primeiro domingo de maio passaram pelo Paço dos Duques quase tantas pessoas como durante todo o mês de abril. Foram 1100. Maio parece, assim, ser um mês promissor, ainda para mais com a abertura de fronteiras. “Já notamos um aumento de espanhóis”. A população do país vizinho é uma das que mais marca presença, mas também os franceses e ingleses escolhem Guimarães como ponto turístico de interesse. “Os cruzeiros trazem-nos milhares de pessoas ao Paço e isso ainda não vai acontecer”, lamentou Isabel Fernandes.

Em anos anteriores à pandemia “quase não havia meses ‘mortos'”. “Eu gosto de ter estrangeiros, mas adoro ter portugueses, é bom que conheçam a sua história e património”.

Durante os meses em que o palácio esteve encerrado, por força da situação pandémica que o país ultrapassa, a equipa não esteve parada. “Aproveitamos para fazer a manutenção das coleções, tratar os pavimentos, aspirar paredes, retirar tapeçarias e aspirá-las. Fotografamos e estamos com um projeto fantástico de fotografia, sobre o qual vai haver novidades”, revelou a diretora.

Na cidade onde nasceu Portugal, moraram Afonso e Constança e as portas de sua casa estão, novamente, abertas.

Para comemorar o Dia Internacional dos Museus, além de um teatro de marionetas para os mais novos, e das visitas guiadas ao palácio, será discutido o futuro dos museus com “Futuro, Recuperar, Reimaginar”.