Pais e alunos da Frei Caetano Brandão reivindicam obras em escola com 39 anos

Perto de uma centena de alunos manifestou-se, esta quarta-feira, à porta da EB 2/3 Frei Caetano Brandão, em Maximinos. Pais e alunos reivindicam obras de fundo na escola, que em 39 anos não conta com qualquer intervenção, além da retirada do amianto há uns meses.

Em causa estão questões de comodidade e segurança da comunidade escolar. “Se houvesse um incêndio os blocos ardiam todos, porque as mangueiras estão obsoletas. No inverno passa-se muito frio e no verão muito calor, não conseguimos estar atentos e é complicado estudar assim”, começou por denunciar o presidente da associação de estudantes, Rodrigo Vieira.

O jovem aluno, que representa os cerca de 500 colegas com quem partilha a escola, falou ainda de problemas de caixilharia, com “janelas que não abrem, impedindo a circulação do ar, campos de jogos cheios de areia e com ervas a crescer, curtos circuitos ou infiltrações”. Outro dos problemas antigos e ainda sem solução são os balneários para os alunos do ensino articulado da dança. Os alunos “foram postos em arrecadações, improvisadas para balneários, sem chuveiros ou aquecimento”. “Se continuar sem intervenção, a escola vai deteriorar-se cada vez mais”, lamentou.

“Mesmo que existam pequenas falhas da esfera da Câmara, o problema da Frei Caetano Brandão é estrutural”


Problemas de fundo, reivindicados há muito, e sem solução à vista. Contactado pela RUM, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, esclareceu que “a autarquia não tem que fazer nenhuma intervenção que não as que lhe estão atribuídas”. O município recebe 20 mil euros anuais para assegurar a manutenção do recinto escolar, uma verba “irrisória”, que se rapidamente se esgota com pequenas intervenções.

O autarca lembra que, no próximo ano, “em sede de processo de descentralização, as escolas de 2º e 3.º ciclos serão transferidas para alçada da Câmara, mas, em Braga, o ministério da Educação não sinalizou a Frei Caetano Brandão”. Rio critica, assim, a ação do ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues, que diz estar “alheio” às necessidades desta escola e “a dar sinais preocupantes”.

“Nunca me falaram de ervas no campo desportivo, falaram-me de o piso não ser o ajustado. Não se pode desviar atenções, porque, mesmo que existam pequenas falhas da esfera da Câmara, o problema da Frei Caetano Brandão é estrutural e essa intervenção profunda não é responsabilidade da autarquia”, esclareceu.

Pais e estudantes anunciam nova manifestação para setembro em frente à Câmara


A presidente da associação de pais, Susana Gomes, juntou-se à manifestação dos estudantes e pede explicações à Câmara Municipal, para a falta de investimento. “A Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE) diz que a escola devia constar no Norte 2020. Há escolas orçadas em milhões de euros e nesta escola nunca houve uma obra. Onde está a verba que o ministério dá para a escola?”, questionou.

“Gasta-se muito dinheiro em pequenas reparações. Não posso responder pelos 39 anos, se calhar houve muito tempo em que nada foi feito na escola, mas nos últimos oito anos a verba (20 mil euros) foi completamente exaurida, isso está demonstrado e existem informações concretas nos serviços municipais”, respondeu Ricardo Rio.

Susana Gomes lamenta que a escola tenha sido “deixada ao abandono” e considera que “uma intervenção anual” teria evitado o atual estado de degradação. A associação de pais e a associação de estudantes já têm prevista uma nova manifestação para setembro, em frente à Câmara Municipal. Antes disso, vão reunir-se com o presidente da autarquia, Ricardo Rio, na próxima semana.

A RUM contactou a DGEstE e o ministério da Educação para mais esclarecimentos, mas, até ao momento, não obteve resposta.

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Liliana Oliveira
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Carolina Damas
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