Palmeira defende dissolução do governo só depois da aprovação do OE  

O especialista em Ciência Política da Universidade do Minho, José Palmeira, antecipa como “cenário mais provável a convocação de eleições gerais antecipadas”, admite que “não parece viável uma solução com um novo chefe de governo do PS”, mas diz também que “numa altura em que a conjuntura internacional é difícil, é provável que o presidente da república só formalize a dissolução do Parlamento depois de aprovado na especialidade e em votação final global o orçamento de estado”. Tratando-se de “um documento fundamental para que o país não entre num sistema de duodécimos a partir de janeiro de 2024”, José Palmeira sustenta que esta segunda possibilidade “será a saída mais segura para a estabilidade do país”.


Numa análise à crise política instalada ontem com o pedido de demissão do primeiro ministro, o especialista em ciência política refere que este governo “vivia muito em torno do primeiro ministro, o rosto de toda a governação” e, por isso, com esta saída “não parece viável uma solução em que o Partido Socialista desse agora lugar a um novo chefe de governo”.

Entretanto, é expectável “alguma paralisia do processo executivo”, ainda que José Palmeira considere “preferível” esta via e não uma nova instabilidade mantendo-se o atual quadro parlamentar.

Ainda sobre a convocação de novas eleições legislativas, o comentador diz que esse processo representa “uma oportunidade para todos os partidos”. 

Lembrando que o CDS-PP pode passar a ter representação parlamentar, José Palmeira refere que o PSD pode conseguir uma vitória eleitoral e o Chega “pode beneficiar deste contexto, uma vez que se alimenta da instabilidade”, enquanto que o PS “ainda continua a surgir à frente nas sondagens e é um candidato óbvio a renovar a sua vitória, ainda que a maioria absoluta neste quadro seja extremamente difícil de alcançar”.

O docente da academia minhota levanta a questão sobre o bloco que terá maioria, uma vez que “não basta ganhar eleições”. É preciso depois ter um suporte parlamentar, por isso, diria que tudo está em aberto”, analisa.

“Pedido de demissão é a saída mais aceitável e mais digna”- José Palmeira e a decisão de António Costa


Na opinião de José Palmeira, António Costa optou ontem pela saída “mais aceitável e mais digna”. Referindo que António Costa ao permanecer “afetaria a imagem das instituições democráticas”, por isso, esta seria “a saída mais plausível”. “Em termos de democracia foi a saída mais saúdavel. Agora é dar a voz aos portugueses para decidirem o futuro”, conclui.

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Elsa Moura
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