Pandemia veio acelerar objetivo antigo de digitalizar os pequenos negócios

Os desafios não são de agora, dizem os representantes das associações comerciais, mas a Covid-19 veio acelerar a digitalização dos negócios. No entanto, admitem, este era já um objetivo pré-pandemia.

Com o encerramento do comércio, em muitos casos, os pequenos empresários viram no online a única forma de conseguir alguma faturação. O tema foi abordado na grande reportagem da RUM “Setor terciário. Quando o país para e a economia adormece”, que foi para o ar esta segunda-feira. 

 “A pandemia veio obrigar as empresas a avançar neste processo de forma muito mais rápida, porque em muitos casos não havia alternativa para terem receita”, afirmou o diretor-geral da Associação Comercial de Braga (ACB).

“Cerca de 50%” dos pequenos empresários do concelho de Braga tem ainda uma “presença diminuta no digital”. 

Segundo Rui Marques, “avançou-se mais neste ano do que nos últimos cinco, do ponto de vista da digitalização das empresas”. No entanto, os responsáveis concordam que há ainda muitas “carências do ponto de vista da formação” para o digital. 


Recorde-se que a ACB, a Câmara Municipal de Braga e os CTT lançaram recentemente a aplicação CTT Comércio Local, onde os empresários de Braga podem promover os seus produtos, que serão entregues na casa dos clientes. Além disso, o projeto Comprar@Braga pretende apoiar os comerciantes bracarenses na digitalização dos seus negócios. Até meados de Março, eram já 54 as empresas locais aderentes.

“Quem não está na internet, não existe”

Em Famalicão, o ‘Comércio da Vila’ evoluiu das redes sociais para o formato marketplace. A preocupação da ACIF é anterior à pandemia, porque para Fernando Xavier “quem não está na internet, não existe”. “Temos tido uma adesão bastante significativa e esta evolução foi uma obrigação, mas que trará para a economia das empresas uma alavanca importante”, referiu o presidente da ACIF. Em duas semanas, contabilizavam-se 50 adesões ao Comércio da Vila.

O Barcelos Plaza tem função semelhante no concelho vizinho. João Albuquerque reclama apoio camarário para esta plataforma online. Além disso, a ACIB promove a iniciativa “Emprego + Digital”, para “dar formação às pessoas para a transição para o digital”.

Na cidade onde nasceu Portugal, “já se vinha impondo a estes negócios a inserção no digital”. Com a pandemia, revelou Ricardo Pinto da Silva, “essa necessidade tornou-se urgente”.

“Já era intenção do município a criação de um quiosque eletrónico para o concelho. A autarquia criou, em dezembro, a aplicação proximcity, tendo atribuído cerca de 2600 vouchers de 15 euros para consumo no comércio local, através da aplicação.

“Setor terciário. Quando o país para e a economia adormece” é o terceiro de seis trabalhos da série “‘O vírus que faz o país andar a diferentes velocidades”. Pode ler toda a reportagem aqui e ouvir a reportagém áudio aqui

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Liliana Oliveira
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Sara Pereira
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