Paulo Cunha lembra Miguel Macedo. “Pessoa com grande vocação para servir a comunidade”

O Presidente da distrital de Braga do PSD, Paulo Cunha, lembra Miguel Macedo como “uma pessoa muito ponderada, muito madura, com enorme sentido de responsabilidade e uma grande vocação para servir a comunidade”, assinalando que a morte do social democrata natural de Braga “é uma grande perda”.
Ouvido pela RUM horas depois da notícia do desaparecimento de Miguel Macedo, aos 65 anos, o também eurodeputado assinalou o regresso recente à presidência da mesa da assembleia da distrital de Braga do PSD, depois dele próprio o ter “desafiado para reeditar uma presença que tivera no passado”. “Depois de muita insistência da minha parte disse que sim. Confesso que fiquei imensamente feliz por dessa forma também estar a dar o meu modesto contributo para um regresso que todos ambicionávamos, no distrito, no país, no PSD e fora do PSD, todos nós tínhamos saudades do Miguel Macedo, protagonista que foi”, confidenciou aos microfones da Universitária.
O caso que o levou a “privar-se daquilo que mais gostava de fazer”
Miguel Macedo foi uma das maiores vítimas de uma sucessão de erros que lhe deixou uma marca muito forte”
Miguel Macedo participou na última assembleia da distrital de Braga do PSD, no sábado passado. Um regresso à atividade política, ainda que resguardada, depois de “muitos anos de privação daquilo que mais gostava de fazer na vida por uma circunstância absolutamente indevida e totalmente imerecida”, sublinhou ainda Paulo Cunha.
Recorde-se que em novembro de 2014, Miguel Macedo demitiu-se do cargo de ministro depois de o Ministério Público lhe imputar o alegado favorecimento de um grupo de pessoas que pretendia lucrar de forma ilícita com a atribuição de vistos gold, realizando negócios imobiliários lucrativos com empresários chineses que pretendiam obter autorização de residência para investimento. Acabaria por ser absolvido em 2020 pelo Tribunal da Relação Lisboa.
Paulo Cunha considera que “ninguém se concilia com as injustiças” e Miguel Macedo “foi uma das maiores vítimas de uma sucessão de erros que lhe deixou uma marca muito forte”. “Mas apesar disso, ele manteve uma posição muito sóbria, muito recatada, mas ao mesmo tempo disponível”, acrescentou.
Miguel Macedo ainda trabalhava no seu escritório de Braga como advogado. Faleceu esta quinta-feira, na sua casa. Tinha 65 anos e ao que tudo indica terá sido vítima de ataque cardíaco.
Foi deputado, secretário de estado e ministro, mas começou em Braga, na assembleia municipal sendo em 1993, candidato do PSD à Câmara Municipal de Braga.
O presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, também assinalou o legado de Miguel Macedo, vincando a “enorme perda para Braga, para o país e para o PSD”. Hugo Soares, bracarense e líder da bancada parlamentar do PSD também fez discurso emotivo no Parlamento ao início da tarde.
