Paulo Cunha quer aproximar portugueses das instâncias europeias

Apanhamos o voo com destino a Bruxelas, a convite do eurodeputado Paulo Cunha. Na ‘Casa da Democracia’, todos os cantos respiram história desde 1958, ainda que a sede seja em Estrasburgo.

Com 720 deputados, divididos por oito grupos políticos, o Parlamento Europeu é liderado, atualmente, por Roberta Metsola. Entre as muitas salas que ali se encontram, há uma com o nome de Mário Soares, pelo papel importante que desempenhou no âmbito da adesão de Portugal à União Europeia.

Paulo Cunha, eleito pela Aliança Democrática em junho deste ano, integra o Partido Popular Europeu (PPE), e é um dos 21 portugueses com assento no hemiciclo.

A iliteracia europeia é um problema que quer combater, entendendo que a comunicação social local tem aqui um papel importante.

“Sempre que há Eleições Europeias diz-se que há um défice de conhecimento e afastamento entre as pessoas e a União Europeia. O meu propósito é, ao longo do mandato, ter condições que procurem contrariar essa tendência de afastamento”, disse o famalicense, que divide, agora, a sua vida profissional entre Portugal, Bélgica e França.

Paulo Cunha pretende “conquistar pessoas para a Europa”, mostrando-lhes o que se faz no Parlamento Europeu e os temas que se discutem”, porque, no seu entender, “o afastamento tem causas e a maior delas talvez seja as pessoas não identificarem para o que serve o Parlamento Europeu”.

“Aqui debatem-se temas e tomam-se decisões que afetam o dia a dia das pessoas”, frisou, afastando a ideia generalizada de que “falar em Europa é falar em fundos comunitários”. “A União Europeia é muito mais do que fundos, é a fonte de legislação que nos afeta no dia a dia, há decisões que se tomam aqui e que ajudam a que tenhamos melhores politicas a nível global”, acrescentou.

Admitindo que “os portugueses estão muito longe da média do patamar da cidadania europeia”, Paulo Cunha acredita que “só capacitando os cidadãos é que se consegue chegar a esse patamar”, sendo que “estar mais perto, significa beneficiar mais”.

Nesse caminho de capacitação e aproximação às políticas europeias, o eurodeputado defende o “papel importantíssimo que tem a comunicação social local e regional”. “Este convite tem como propósito aproximar-vos da realidade das instituições, para vos permitir, no dia a dia, ter uma melhor perceção de como funcionam as instância europeias, particularmente o Parlamento, e, estou certo, ajudar-vos -á no vosso trabalho e a informar melhor”, afirmou.

Paulo Cunha vai criar programa de estágios para jovens recém-formados


Atualmente, o Parlamento Europeu conta com cerca de oito mil funcionários e permite a realização dos chamados estágios «Schuman», que são remunerados e podem ser realizados em Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo – ou nos Gabinetes de Ligação nos Estados-Membros.

O eurodeputado prepara-se para abrir também um programa de estágios, para jovens recém-formados, de todas as áreas do saber e de diferentes zonas do país.

“O programa tem dois objetivos: O primeiro é ajudar a aceder a estágios já hoje previstos nas instruções europeias e o segundo é criar dois estágios em cada período de três meses ao longo do mandato”, explicou.

Paulo Cunha reconhece que, em Portugal, dependendo das zonas, os jovens “não têm todos a mesma facilidade para aceder a estas oportunidades” e, por isso, vai lançar, até ao final do ano, um programa de estágios remunerados, para aproximar os jovens sem experiência profissional das instâncias europeias.

“Temos um grande défice de portugueses nas instâncias europeias, porque há pouca informação, e queremos trazê-los para cá para aproveitarem outras oportunidades, porque vão conhecer muitas pessoas e terão propostas de emprego”, começou por explicar Paulo Cunha.

O eurodeputado afasta a ideia de que esta oportunidade possa ser um entrave à tentativa de reter talento em Portugal, uma vez que, no seu entender, se trata de “uma experiência diferente, para quatro ou cinco anos, e, quando regressarem poderão ser mais bem sucedidos em Portugal”.

Com o programa que vai lançar a assegurar “o montante suficiente para estar em Bruxelas sem dependerem dos pais”, mas não para permanecer a trabalhar naquele país, Paulo Cunha sublinha que, mesmo que alguns decidam ficar, “estão a prestar um serviço muito relevante ao país, porque estão a desempenhar funções numa estrutura relevantíssima para Portugal”.

O Parlamento Europeu é um fórum de debate político e de tomada de decisões a nível da UE. Em 1 de julho de 2013, a Croácia tornou-se Estado-Membro. Desde então, mais nenhum país aderiu. O Reino Unido saiu da União a 31 de janeiro de 2020. Foram, depois, iniciadas negociações e capítulos de adesão com Montenegro, Sérvia e Turquia. A Albânia e a Macedónia do Norte encetaram negociações de adesão em julho de 2022, e a Bósnia-Herzegovina em março de 2024. O Kosovo apresentou a sua candidatura de adesão à UE em dezembro de 2022. Em dezembro de 2023, a UE decidiu encetar negociações de adesão com a Moldávia e a Ucrânia e conceder o estatuto de país candidato à Geórgia.

A primeira reunião da Assembleia Parlamentar Europeia realizou-se em Estrasburgo, com o Presidente eleito Robert Schuman, que dizia que “A Europa não se construirá de uma só vez, nem de acordo com um plano único”..assim tem sido, ao longo da história. 

*Este artigo foi escrito depois de uma visita ao Parlamento Europeu a convite do eurodeputado Paulo Cunha

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Liliana Oliveira
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Carolina Damas
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