Pessoas mais autorreguladas têm menos stress e hábitos de vida mais saudáveis

As pessoas mais autorreguladas adotam mais hábitos de vida saudáveis, apresentam melhor saúde mental e conseguem fazer uma melhor gestão do stress. A conclusão é do “Resilience”, um estudo sobre autorregulação desenvolvido no Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho. O estudo envolveu mais de 150 pessoas que responderam a questionários sobre a temática.
Em entrevista ao UMinho I&D, a coordenadora do projeto Sónia Sousa explica o que se entende por autorregulação. Um conceito “complexo” que é definido através de um conjunto de processos que estão intrinsecamente relacionados com o estabelecimento de objetivos e manutenção dos mesmos.
A autorregulação é dependente de processos cognitivos, nomeadamente as “funções executivas que albergam um conjunto de processos como a capacidade de autocontrolo, flexibilidade cognitiva e capacidade de planear o dia-a-dia”. A responsável frisa que está comprovado que através da autorregulação é possível conseguir resultados mais positivos no contexto de doença.
A autorregulação é algo que pode ser trabalhado desde criança. A denominada “psicoeducação” pode começar pela estipulação de objetivos, por exemplo, ao nível da prática desportiva, uma vez por semana. Caso opte por procurar a ajuda de um psicólogo, ele irá ajudar a monitorizar a sua evolução e perceber, caso exista um bloqueio, o que levou ao mesmo.
Neste momento, a equipa já está a trabalhar na análise de dados da segunda recolha. É expectável que o aumento do número de dias em confinamento, devido à pandemia de covid-19, tenha tido efeitos na capacidade de autorregulação dos inquiridos.
O estudo contou com o apoio a nível de divulgação do programa “Science4Covid-19” e da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
