Pico da epidemia “nunca será antes de Maio”

Graça Freitas reconheceu esta sexta-feira que pico da epidemia pode ter sido retardado para Maio. A aceleração da curva abrandou e, por isso, a DGS admite que o pico “nunca será atingido antes do mês de Maio”, mas que não será “um momento instantâneo”, mas um “planalto” de vários dias.
“Em relação ao pico, primeiro depende da subida da curva. Quer a dimensão, a altura do pico, quer o tempo que vamos levar a chegar lá. Como também devem já ter percebido, há uma tendência para termos retardado um bocadinho a velocidade com que a curva está a subir. À medida que nós retardamos a aceleração da curva, o pico vai diferindo no tempo”, explicou a directora-geral.
“Neste momento, tudo indica que o período será diferido para mais tarde, nunca antes do mês de Maio. Também já temos indicação dos nossos matemáticos, que o pico não será um momento instantâneo no tempo. Será um planalto. Algumas semanas, até porque nós já sabemos que esta doença dura muito tempo. Não vamos chegar ao dia X e começamos logo a descer”, acrescentou.
Já António Salesm secretário de Estado da Saúde, referiu que a testagem de vítimas de violência doméstica passará a ocorrer antes da entrada em casas abrigo.
“Ao mesmo tempo, não nos podemos esquecer dos mais vulneráveis. Estamos a trabalhar em resposta juntamente com as associações da sociedade civil, com as autarquias e com as IPSS [Instituições particulares de solidariedade social] para as populações de sem-abrigo, reclusos, para os doentes crónicos e para as vítimas de violência doméstica“, disse, acrescentando que “infelizmente o covid-19 não protege estas vítimas” e que “muitas vezes, aliás, torna-as até mais expostas”.
António Lacerda Sales reforçou a importância de continuar “a haver respostas sociais”. “Para que isso aconteça sem o aumento dos casos de infecção, estamos a tomar medidas para que seja possível a testagem de vítimas de violência antes da entrada em abrigos”, garantiu.
Sobre uma questão ética em que os médicos podem ser colocados perante uma decisão (entre quem salvar, sendo impossível salvar toda a gente), António Sales quis deixar claro: “A nossa escolha será sempre uma escolha pela vida. O nosso código ético-deontológico obriga-nos sempre a optar pela vida. Qualquer morte terá um critério clínico, mas não será prescrita”, apontou.
