Plataforma Quarentena Académica leva queixas dos alunos ao Conselho de Ministros

A plataforma Quarentena Académica vai entregar ao Governo um conjunto de queixas remetidas por estudantes do Ensino Superior. A acção acontece às 11 horas no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde estará a decorrer o Conselho de Ministros.
Desde que foi criado, no início de Março, com o intuito de dar respostas aos problemas dos alunos resultantes da pandemia, o movimento recolheu mais de 300 reclamações através do seu site e das redes sociais Facebook e Instagram.
De acordo com o representante distrital da Quarentena Académica, uma das principais reivindicações é o facto de as propinas continuarem a ser pagas. António Soares alerta que, “devido à utilização do layoff e ao aumento do desemprego, houve um aumento de famílias carenciadas”, o que, segundo os alunos, tem dificultado o pagamento das mensalidades, de taxas e de emolumentos.
Defendendo a suspensão das propinas até ao regresso das aulas presenciais, o estudante que representa o movimento no distrito de Braga lamenta que “ainda não tenha havido uma resposta do Governo nem dos serviços de ação social” no sentido de apoiar as famílias dos alunos.
Outra das queixas mais frequentes é a quantidade de trabalho com que os estudantes se deparam. “Os professores sobrecarregam os alunos com muitos trabalhos. Pensam que estamos em casa e que, por isso, temos mais tempo, mas não. Temos o mesmo tempo que teríamos na escola. O trabalho não pode ser aumentado”, refere o estudante da licenciatura em Geografia e Planeamento na Universidade do Minho.
“Parece-nos um bocado que o ministro também está em layoff”
Com esta acção junto ao Palácio Nacional da Ajuda, a plataforma Quarentena Académica, formada actualmente por mais de 50 membros, espera, desta vez, receber uma resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. António Soares explica que o movimento já “mandou e-mails e cartas ao ministro, além de uma carta aberta que saiu na comunicação social”, e que, até agora, Manuel Heitor “ainda não reagiu”.
“Já houve respostas do Ministério da Educação para o ensino secundário, mas o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ainda não disse nada. Parece-nos um bocado que o ministro também está em layoff. Não dá sinais de vida”, ironiza.
Paralelamente à entrega de um conjunto de queixas ao Governo, em formato digital, à mesma hora, os responsáveis distritais do movimento vão marcar presença junto de vários instituições de Ensino Superior, de norte a sul do país, onde serão exibidos cartazes e emitidas mensagens referentes às reivindicações dos estudantes. No que diz respeito à Universidade do Minho, o protesto acontece junto à reitoria, em Braga.
