“PME não vão resistir a mais de 90 dias com economia parada”

A tesouraria das pequenas e médias empresas portuguesas (PME) não vão resistir a mais de 90 dias com a economia do país parada devido à pandemia do novo coronavírus. Esta é a opinião do director da Vida Imobiliária, que participou na conferência online, esta terça-feira, sobre o “Impacto do Novo Covid-19 no mercado imobiliário”.


António Gil Machado, que apelidou o surto de “Cisne Negro”, não tem dúvidas que o rendimento das famílias vai reduzir e é, no seu entender, praticamente certo um plano de apoio massivo por parte dos Governos e Bancos Centrais. Algumas das consequências deste surto já estão a ser sentidas, nomeadamente com a “paragem da transacção de activos”. António Gil frisa que a mais de 12 meses o que vai acontecer é que as taxas de juros vão continuar negativas. 

José Araújo, director da Direcção de Crédito Especializado e Imobiliário do Millennium BCP, declara que “os bancos estão mais salvaguardados para o que venha a acontecer”. O director adianta que neste momento mais conturbado surgem oportunidades para “bons negócios”. 

Visão distinta tem Pedro Vicente, Board Member da Habitat Invest, que descreve as empresas portuguesas como “descapitalizadas” e “dependentes de investimento estrangeiro”. Factores que aliados à falta de confiança das entidades externas “não coloca Portugal numa boa posição”. A contribuir para essa premissa estão os Vistos Gold que para Pedro Vicente devem ser de imediato “revertidos”, pois são uma “afronta à sustentabilidade económica do país.

Já Ricardo Sousa, CEO da Century 21, argumenta que a Covid-19 veio “nivelar o mercado”. “Os proprietários já não estão com tanto poder no mercado. No caso dos compradores eles começam a ver oportunidades no mercado e, naturalmente, este arrefecimento vai levar a um aceleramento no segmento dos imóveis usados da revisão em baixa dos seus valores”, explica. 


Ao que tudo indica, nos próximos meses, as maiores dificuldades para as empresas serão de tesouraria. No entanto seria fundamental que o Governo e a Banca coordenassem medidas para proteger as famílias portuguesas de modo a que o número de insolvências não dispare. 

Quanto aos sectores mais afectados pelo surto do novo coronavírus Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII, não tem dúvidas que será o do turismo, mais concretamente, o alojamento local que na sua maioria depende de investimento individual. 

Para que não exista um “estrangulamento de tesouraria” profundo nas empresas é fundamental a “suspensão em matéria de impostos” caso contrário este estrangulamento poderá ser “fatal”. Hugo Santos Ferreira pede ainda a “no caso dos compradores e revendedores de imóveis a suspensão do prazo de três ano de revenda sob pena do benefício fiscal caducar”. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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