Pobreza, falta de habitação e inclusão das minorias podem agravar-se nas cidades

70% da população da União Europeia vive nas cidades, onde estão 73% das oportunidades de emprego. Os dados foram apresentados durante a primeira conferência organizada pela plataforma UM-Cidades sobre os “Desafios Sociais das Cidades”.

Isabel Estrada Carvalhais, docente na Universidade do Minho e atual eurodeputada no Parlamento Europeu, participou pela via digital no evento, onde alertou para os flagelos da pobreza, falta de habitação a preços acessíveis e necessidade de incluir as minorias que tem uma maior probabilidade de viver em pobreza.

À RUM, o coordenador da plataforma UM-Cidades, Paulo Pereira, fez um balanço positivo da primeira ação. O responsável aponta a formação académica como a ferramenta para reduzir a pobreza e aumentar as oportunidades. “Temos de alargar a robustez da capacidade de gerar riqueza para conseguir escapar as crises e tentar que não fiquem tantos do lado de fora”, sustenta.

Pedro Adão e Silva, do Instituto Universitário de Lisboa, foi o convidado externo da sessão. Durante a apresentação comparou os impactos e efeitos da crise de 2011 e a atual originada pela pandemia de covid-19, sendo que os jovens e, em especial, com vínculos precários foram os mais afetados por ambas as crises. Contudo, a grande diferença recai sobre a falta de oportunidades quer dentro de portas quer no exterior.

Neste momento, o académico está a realizar um estudo sobre o impacto do SARS-COV-2 nos lares. Ao que tudo indica, as grandes estruturas com poucos espaços autónomos são mais propícias a surtos.

Já num olhar direcionado para o futuro, Adão e Silva recomenda uma “discussão estrutural” sobre o turismo. “Há alguma coisa que temos de fazer nas nossas políticas públicas e industriais para não apostarmos tanto e apenas no turismo”, defende. O convidado frisa que esta prática torna o país mais vulnerável aos impactos das crises.

 

Além disso, os ganhos são inferiores quando comparados com os dos setores primário e secundário. Esta reflexão deve estar na ordem do dia, principalmente, para que exista uma boa mobilização dos recursos europeus que estarão disponíveis através do Plano de Recuperação e Resiliência.

A próxima conferência organizada pela plataforma UM – Cidades está prevista para o mês de setembro sobre o tema “Desafios Tecnológicos” aliados ao património construído e ambiental. Já a cerimónia de entrega dos prémios “Municípios do Ano 2021” irá rumar ao Funchal, a 8 de novembro. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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