Poderá a inteligência artificial substituir um advogado?

Poderá a inteligência artificial substituir um advogado? A questão consta do mais recente trabalho do investigador da Escola de Direito da Universidade do Minho, Pedro Freitas.
O convidado desta semana do UMinho I&D avança, aos microfones da RUM, que a inteligência artificial tem conseguido atingir taxas de aprovação, em exames da Ordem dos Advogados, de cerca de 70%, sendo que acredita que ainda existe margem para melhoria.
“Pode ser extremamente útil para os próprios advogados, ter ali quase que um assistente, mas não é um instrumento que se possa confiar cegamente. Embora seja capaz de dar respostas convincentes, nem sempre são factualmente corretas”, alerta.
Pedro Freitas é um dos mais de 10 investigadores que elaborou a obra “Inteligência Artificial e Robótica: Desafios para o Direito do século XXI” que engloba áreas do direito penal, comercial e internacional público e privado.
Quando questionado sobre a possibilidade de um robô advogado vir a defender um suspeito, o investigador do Centro de Investigação em Justiça e Governação frisa que, na sua opinião, a justiça terá sempre de contar “uma componente humana”.
Para Pedro Freitas a decisão deverá ser de um “juiz humano”, sendo que poderá ser “auxiliado por sistemas de inteligência artificial”.
Na mobilidade, com a entrada no mercado europeu de marcar chinesas, e não só, começam a surgir questões relacionadas com a possível falta de privacidade devido ao uso de câmaras e sensores no interior dos veículos para controlo do motorista e passageiros. Uma questão que gera controvérsia. Ora, para o investigador será premente entender qual a “eficácia dos sensores” e quais os “ganhos que poderão trazer para a segurança”, pois na sua opinião, a privacidade não deve ser protegida a todo o custo. “Não faz sentido no mundo atual”, enaltece.
Neste sentido, é urgente uma discussão séria sobre o Regulamento Europeu em Matéria de Inteligência Artificial, assim como o seu lançamento.
