“Por muito que tenha vontade, é difícil Rui Rio ter condições políticas para continuar”

O presidente da distrital do PSD reconhece que o desfecho da noite eleitoral “foi uma surpresa enorme para todos”, nomeadamente a maioria absoluta do Partido Socialista, que, diz Paulo Cunha, “não tem adesão àquilo que foram os seis anos de mandato e muito menos com o que se podia percecionar nas ruas, na campanha”. “Há fenómenos políticos que são difíceis de explicar”, afirmou o social democrata em entrevista à RUM.
Paulo Cunha, que nunca apoiou as candidaturas de Rui Rio à liderança do PSD, reconhece que o portuense teve, nos últimos meses, uma postura diferente. “Teve um desempenho que me surpreendeu, foi uma pessoa difierente, mais envolvente e pacificadora”, frisou.
Quanto à permanência de Rio na liderança do PSD, Paulo Cunha diz ser “uma decisão dele”. “O partido tem respeito por ele. Reconheço que não é fácil, depois de quatro anos à frente do partido, iniciar um percurso quando só daqui por quatro voltaremos a ter eleições. Já teve duas derrotas, por muito que tenha vontade, é difícil ter condições políticas para continuar”, apontou o líder da distrital bracarense.
Em Braga, o PSD mantém o mesmo número de mandatos que conseguiu em 2019: 8.
“Sabendo que no contexto nacional o partido perde mandatos, o distrito não está assim tão mal”, afirmou.
Ainda assim, admite, o objetivo “era ganhar as eleições no distrito e no país” e esse falhou. “Ficamos aquém desse propósito. Os cidadãos não nos deram a oportunidade de os representar ao nível do que desejávamos”, finalizou.
