Portugal atingiu novo máximo histórico de 2.987 ME em projectos de I&D

O ano de 2019 foi histórico para Portugal em termos de despesa total em projectos de I&D. O país registou um máximo de 2.987 milhões de euros, representando 1,41% do PIB, superior ao de 2771 milhões de euros atingido em 2009. Os dados foram avançados, em comunicado, pelo Gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O crescimento da despesa em I&D é particularmente expressivo no sector das empresas, crescendo 10% em 2019 (i.e., 144,4 MEuros) e cerca de 51% desde 2015 (quando era 1.037 MEuros em 2015), de acordo com o Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN).
Os dados reforçam a tendência de crescimento verificada desde 2016, confirmando o processo de convergência com a Europa.
Os novos dados mostram ainda que a despesa em I&D do sector de Ensino Superior cresce cerca de 5% (i.e., 56 MEuros) em 2019 e 19% desde 2015, atingindo também um novo máximo histórico de 1.209 MEuros (era 1.018 MEuros em 2015 e 1.017 MEuros em 2010), continuando a representar cerca de 0,57% do PIB.
O valor da despesa total em I&D de 2019 supera em 218 MEuros registados em 2018, correspondendo a um aumento de 8% e, portanto, cresceu cerca do dobro do aumento relativo do PIB (que aumentou cerca de 4% entre 2018 e 2019). A despesa total em I&D cresce assim 34% desde 2015 (um total de 752 MEuros), quando representava cerca 1,2% do PIB.
O aumento da despesa privada em I&D reflete o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do sector privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal. Mas o aumento global do investimento em I&D reflete também a prioridade política dada ao desenvolvimento científico e tecnológico e ao “Compromisso com a Ciência e o Conhecimento”, assim como a “Estratégia de Inovação Tecnológica” do Governo (ver resolução do Conselho Ministros 25/2018, de 8 de Março), verificando a tendência expressa no Programa Nacional de Reformas quanto à retoma do processo de convergência com a Europa.
Reforço de investigadores também bate recorde em 2019, segundo o Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN).
Elemento fundamental da estratégia seguida para o desenvolvimento científico e tecnológico em Portugal é o reforço dos recursos humanos em Ciência e Tecnologia. O número de investigadores na população ativa cresce para um máximo também histórico de cerca de 10 investigadores por mil ativos em 2019 (i.e., 9,6‰, quando medidos em tempo integral, enquanto era 7,4 ‰ em 2015).
Foram registados 50.431 investigadores em equivalente a tempo integral (ETI), mais cerca de 2.779 do que em 2018 (i.e., crescimento global de 6%), mostrando um crescimento de 11.759 investigadores ETI desde 2015, ou seja, um aumento de 30% nos últimos 4 anos. O Ensino Superior inclui 29.027 investigadores em ETI (eram 25.043 em 2015), representando cerca de 58% do total, enquanto as empresas incluem 19.283 investigadores em ETI (eram 11.785 em 2015), representando 38% do total.
O número de investigadores nas empresas aumenta em 2.537 ETIs (atingindo um novo máximo de 19.283 ETIs), representado um aumento de 15% entre 2018 e 2019 e de 64% desde 2015 (quando eram 11.785 ETIs). O número de investigadores no Estado.
O total de recursos humanos em atividades de I&D (i.e., total de investigadores, técnicos e outros profissionais) atinge 12 pessoas (ETI) por cada mil habitantes ativos, atingindo 62.517 ETIs em 2019 (enquanto eram 47.999 ETIs em 2015).
Os valores são dos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN) referente a 2019, publicados pela Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) com base nas metodologias harmonizadas internacionalmente pelo EUROSTAT e a OCDE.
O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN) é uma operação censitária de periodicidade anual desde 2007 (era bienal desde 1982), que constitui a base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afetos a atividades de I&D em Portugal. Os dados definitivos serão oportunamente divulgados pela DGEEC após validação final de todos os resultados desta operação estatística.
