Portugal tem 57 mil ucranianos com proteção temporária

Portugal conta desde o início da guerra na Ucrância com 57 mil pessoas com proteção temporária. A invasão da Rússia na Ucrânia aconteceu em fevereiro do ano passado. Menos de um mês depois, surgiu uma enorme onda migratória. Milhares de cidadãos ucranianos instalaram-se no nosso país, mas nem todos permaneceram em terras lusas.

Segundo Abraão Veloso, presidente do Centro Social e Cultural Luso Ucraniano, estrutura sem fins lucrativos que acompanha famílias que chegam ao nosso país, apesar da destruição e da guerra, este fenómeno de retorno está a verificar-se, sobretudo por razões emocionais.

Na noite desta terça-feira em entrevista ao Campus Verbal, Abraão Veloso fala de regressos “surpreendentes, de pessoas que já estavam empregadas, mas que o apelo para a terra e dos familiares é muito grande”. “Portanto, elas estão cá com o corpo, mas muitas vezes estão com o espírito na Ucrânia”, constata, assumindo desconhecer o número de pessoas que optou pelo regresso. Certo é que há mesmo quem regresse para zonas de risco e fortemente afetadas pelos ataques russos. A associação não avança com números, uma vez que nem sempre é feita essa comunicação ou cruzamento de dados.


Desde março do ano passado, Portugal acolheu cerca de 57 mil pessoas que estão com a proteção temporária, “um número significativo”, nota também um dos fundadores desta associação que surgiu em 2014 com a invasão da Crimeia.

A língua é o principal entrave à adaptação


Em entrevista ao Campus Verbal, o dirigente desta associação de âmbito nacional com sede em Braga explica que uma das principais dificuldades na integração destes refugiados oriundos da Ucrânia é a língua. Diz também que o processo de acolhimento foi quase sempre muito positivo, realçando o exemplo de Braga com o município a disponibilizar uma unidade hoteleira para o acolhimento inicial de dezenas de cidadãos ucranianos, mas também autocarros enviados aos campos de refugiados para a viagem até Portugal. “O papel principal da nossa associação foi o de fazer pontes entre quem podia oferecer, quem precisava de ajuda, houve projetos nas escolas para acolher as crianças. Foi um período extraordinariamente rico em termos humanos”, lembra.

Muitos refugiados ucranianos conseguiram emprego. Apesar de nem todos os casos serem bem sucedidos por diferentes motivos, empresas de todo o país abriram as suas portas para a contratação de camionistas, serralheiros, eletricistas e outras atividades. Logo meses após a chegada a Portugal, surgiram exemplos de famílias que conseguiram a sua independência, encontrando residência para alugar e deixando vagos os espaços de acolhimento e casas cedidas a título gracioso por famílias portuguesas.

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Elsa Moura
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