Presépio de Priscos apela à reflexão sobre o tráfico de seres humanos

Abriram-se, este domingo, as portas do Presépio Vivo de Priscos, o maior da Europa. Este ano, a iniciativa apela à reflexão sobre o tráfico de seres humanos.
Nadege Ilick nasceu nos Camarões e foi vítima de tráfico humano e está há quatro anos em Braga. Arranjou emprego e, mais recentemente, conseguiu trazer os filhos para a cidade dos arcebispos.
“A filha mais velha já não ia à escola e estava escondida porque, à semelhança da mãe, seria dada em casamento”, explica. Em entrevista à agência Ecclesia, Nadege revelou que teve a sua primeira filha aos 12 anos. Foi dada em casamento, o marido faleceu e, depois de ter passado por outros familiares, fugiu para poder ser livre. No seu país, a jovem foi violada pelo marido e pelos irmãos deste.
Antes de chegar a Portugal passou por Argélia, Líbia e Lampedusa, em Itália, onde foi enganada mantida numa casa de prostituição. Atravessou o Mediterrâneo num barco de borracha lotado com o filho de seis meses.
“Disseram-me que Portugal é um país pequeno, que é muito acolhedor, mas que o problema era o salário, porque não é muito alto”, ao que respondeu: “Se estiver em paz, lá, prefiro ir para lá. Se forem acolhedores, prefiro ir para onde as pessoas me vejam como sou, em vez de ganhar mais dinheiro”.
Nadege Ilick esteve na inauguração do presépio de Priscos este domingo.
São mais de 800 figurantes em 90 cenários diferentes, num espaço com cerca de 30.000 metros quadrados, com referência às culturas egípcia, judaica, romana, assíria, grega e babilónica, onde não faltam muitos dos ofícios que existiam no tempo de Jesus.
O maior presépio ao vivo da Europa poderá ser visitado a 17 de Dezembro (15h às 18h); 23 de Dezembro (15h às 17h30); 25 de Dezembro (16h às 18h30); 30 de Dezembro (15h às 17h30); 1 de Janeiro (16h às 18h30); 6 de Janeiro (20h às 22h30); 7 de Janeiro (15h às 18h); 13 de Janeiro (20h às 22h30) e 14 de Janeiro (15h às 18h).
A entrada é gratuita até aos 12 anos de idade. Os restantes ingressos têm um custo solidário de cinco euros.
