Programador do gnration diz que “já nota uma folga” na mobilidade de artistas internacionais

O programador do gnration diz que, em relação ao passado recente, é hoje mais fácil agendar concertos de artistas estrangeiros
A propósito do anúncio do programa do espaço cultural bracarense para o trimestre entre julho e setembro, que já inclui músicos internacionais, Luís Fernandes reconhece, à RUM, que “já se nota alguma folga e uma maior mobilidade” no circuito.
O diretor-artístico do espaço cultural bracarense salvaguarda que o cartaz para os próximos três meses “ainda não é o mesmo” se comparado aos anos anteriores à chegada da pandemia da Covid-19, mas que “as coisas estão a voltar a alguma normalidade”.
Luís Fernandes destaca ‘Julho é de Jazz’, Sara Serpa, Rui Reininho e Gala Drop
Sobre o programa para o trimestre, Luís Fernandes destaca o já habitual ciclo ‘Julho é de Jazz’, este ano enquadrado no festival ZZ, iniciativa, ainda por anunciar, promovida pela Câmara de Braga no âmbito da Capital do Eixo Atlântico, com programação do gnration e do Theatro Circo.
No caso do gnration, estão previstos quatro concertos nos fins-de-semana de 8 e 15 de julho. No dia 8, sobe a palco a trompetista Jaimie Branch, descrita por Luís Fernandes como “uma das figuras de proa do jazz contemporâneo” e que será acompanhada de Lester St. Louis, no violoncelo, Jason Ajemian, no contrabaixo, e ainda pelo baterista Chad Taylor.
No dia 9, é a vez da subida a palco da guitarrista Mary Halvorson, que dará a conhecer o trio Thumbscrew, com Tomas Fujiwara, na bateria, e Michael Formanek, no contrabaixo, músicos “de alto gabarito”, diz o programador do gnration, admitindo que os concertos das duas artistas serão um “momento muito importante” porque a sua realização esteve “tremida” devido às “dificuldades de mobilidade”.
No fim-de-semana seguinte, o saxofonista Ricardo Toscano traz o seu espetáculo “A Love Supreme”, que reproduz o icónico álbum de John Coltrane, e, no dia seguinte, o trompetista Luís Vicente convida o contrabaixista britânico John Edwards, a quem ainda juntará o saxofonista norte-americano John Dikeman e o baterista holandês Onno Goevart.
Antes do ciclo ‘Julho é de Jazz’, o gnration recebe, no dia 3 do próximo mês, o filme-concerto ‘Recognition: Music For a Silent Film’, de Sara Serpa, artista portuguesa radicada nos Estados Unidos e a quem Luís Fernandes reserva elogios.
“É uma ilustre desconhecida dos portugueses mas é uma das figuras centrais da cena de improvisação de Nova Iorque e tem aqui um trabalho sobre o colonialismo português em África”, descreve.
Em setembro, dá-se um dos principais destaques do ano na programação do gnration. O espaço cultural bracarense recebe os concertos de apresentação de disco dos Gala Drop e de Rui Reininho.
“Com este novo disco 20.000 Éguas Submarinas, o Rui Reininho regressa à sua génese, pré GNR, num trabalho arriscado e vanguardista, sem ser snob. Teremos, depois, os Gala Drop, que vão apresentar pela primeira vez o seu novo disco em palco, depois de terem estado cá em residência em abril. É o regresso de uma das bandas alternativas mais importantes dos últimos anos em Portugal”, descreve o programador.
Os ingressos para todos os espetáculos do gnration podem ser adquiridos aqui.
