UMinho avança para estudos pré-clínicos em investigação sobre Alzheimer

Utilizar uma bactéria modificada geneticamente para identificar a doença de Alzheimer antes dos primeiros sinais. Este é o objetivo do projeto HERCULES, liderado por Ivone Martins, investigadora do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, que foi distinguido na 5.ª edição dos International Zendal Awards.
O trabalho utiliza bacteriófagos, “que foram manipulados de forma genética, para que reconheçam um peptídeo e uma proteína”. Estes elementos, segundo a investigadora, “começam a formar-se no cérebro muitos anos antes do aparecimento dos primeiros sinais do Alzheimer”.
Para a responsável, “baseados nos ensaios in vitro”, estes fármacos manipulados possuem “elevado potencial para impedir a formação deste peptídeo”. “Significa que podem inibir a progressão da doença ou até mesmo evitar o seu aparecimento, sendo uma tecnologia bastante promissora em ambas as vertentes”, sublinha.
Um dos objetivos, garante, é permitir que esta tecnologia permita que a doença seja identificada precocemente através de diagnósticos de imagem, em que “estes fagos seriam utilizados como uma sonda, através de um biossensor”, que seria desenvolvido a médio prazo. Assim, aponta Ivone Martins, permitiria “detetar e quantificar o peptídeo em amostras biológicas, nomeadamente em sangue”.
O projeto foi galardoado em 40 mil euros pela farmacêutica espanhola na categoria ‘Saúde Humana’, o que para a investigadora, “não é suficiente”, mas será um auxílio para a próxima fase do estudo, que passa a realizar testes pré-clínicos, em ratos de laboratório. A equipa liderada pela investigadora em parceria com colegas da Universidade de Amesterdão, pretende “validar a capacidade terapêutica destes fármacos”, conclui.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista
