Projetos colaborativos marcam segundo trimestre da Braga 25

Propostas diferentes de um ano normal de programação na cidade, nomeadamente através de projetos que valorizam o território. É assim que o diretor artístico, Luís Fernandes, resume a programação da Braga 25 para o segundo trimestre deste ano, revelada oficialmente esta sexta-feira. Que a pianista Maria João Pires se estrearia em Braga este ano já se sabia, faltava perceber a altura do ano. O responsável confidenciou à RUM que será precisamente neste período.


A programação da Braga 25 não esquece a Semana Santa de Braga e o São João. Dois momentos muito particulares da cidade de Braga e dos bracarenses com direito a momentos preparados propositadamente para estas celebrações.

Comecemos pelos destaques de Luís Fernandes: “Forma de Vizinhança”, do coletivo de arquitetura bracarense Space Transcribers, que começa a 31 de maio. Envolve oito arquitetos, nomeadamente Nuno Melo Sousa, Atelier Local ou o galego Manuel Bouzas, um dos responsáveis pela representação espanhola na Bienal de Arquitetura de Veneza. Foram desafiados a desenhar instalações arquitetónicas temporárias para outros tantos espaços periféricos da cidade. As estruturas são destinadas aos bairros das Parretas e das Fontainhas, nomeadamente.


Já a celebração do Desejar acontece em junho, de 10 a 14. Segundo a nota divulgada pela Braga 25, o festival procura questionar ideias sobre quem produz e consome arte. O trabalho começou no ano passado e envolve dezenas de cidadãos de Braga que vão reunindo em assembleias regulares.

Partindo de um trabalho que começou em 2024, envolvendo dezenas de cidadãos de Braga em assembleias regulares, acontece entre 10 e 14 de junho.

Antes disso, os trabalhadores da recolha de lixo da Agere são envolvidos num trabalho artístico que pretende despertar a sociedade para cidadãos fundamentais mas muitas vezes ignorados ou desvalorizados na sociedade. A missão está ao cargo da coreógrafa Alisson Orr, com experiência em mostrar, através da arte e com os verdadeiros protagonistas, esta profissão. A performance terá lugar no estaleiro da empresa municipal no dia 10 de junho.

Também Sara Barros Leitão faz uma abordagem inédita ao seu “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” e a celebração da democracia espalha-se pela cidade com a exposição Somos Todos Capitães – 50 anos em Liberdade.  Será apresentado pela primeira vez em formato de leitura encenada pela própria autora. Apresenta-se a 9 de maio, no âmbito do programa Vozes da dramaturgia luso-brasileira. A exposição decorre em vários locais (Regimento de Cavalaria n.º 6, Museu Nogueira da Silva e Forum Braga), apresentando relevantes obras históricas nacionais e internacionais e novas criações, bem como documentação que acompanha as grandes mudanças do país, desde 1960 ao presente.

Luís Fernandes deixa outra nota para a presença de Raquel S. em dia de aniversário do Theatro Circo. O teatro tem o papel principal na Capital Portuguesa da Cultura no mês de maio. No dia 2, Raquel S. e a companhia Noitarder apresentam Hei-de reparar., um espetáculo que parte das vidas de atrizes portuguesas ao longo da história, e que se estreia no âmbito do programa de apoio à criação Supracasa. 


Sexual Theatre é outro momento da agenda referido de forma particular pelo diretor artístico. De 6 a 9 de Maio, Braga recebe a primeira semana de apresentações de Sexual Theatre – Feminist Readings of Classics. Trata-se de um projeto cofinanciado pela União Europeia de cooperação entre quatro países parceiros (de Portugal, França, Bósnia e Herzegovina e Montenegro), que procura desenvolver uma releitura feminista de clássicos da literatura destes países.

Sinos da cidade dos arcebispos são protagonistas de espetáculos inéditos na Semana Santa e no São João


Com a Semana Santa a aproximar-se (13 a 20 de abril), o património da cidade inspira à criação de projetos contemporâneos. No âmbito do programa Novos Ecos de Uma Paisagem Sonora, à meia-noite do sábado da Semana Santa, o carrilhão da Sé recebe um espetáculo inédito que vai ecoar nas ruas da cidade, assegura a equipa de programação da Braga 25. O programa Novos Ecos de uma Paisagem Sonora propõe uma experiência de transfiguração, que ecoará nas ruas da cidade, com um espetáculo inédito no carrilhão da Sé Catedral de Braga. A viola braguesa e o cavaquinho vão unir-se ao som dos sinos para criar uma experiência única. O concerto acontece na noite de sábado da Semana Santa, assinalando simbolicamente o momento em que os crentes católicos trocam o luto da morte de Jesus pela alegria da sua ressurreição.


Outros momentos semelhantes estarão reservados por altura do São João.


Já a 10 de maio, o músico Robert Aiki Aubrey Lowe, reconhecido principalmente pelo seu trabalho com voz e sintetizador modular, apresenta o resultado de uma residência artística no órgão de tubos da Igreja de São Lázaro. O concerto é uma proposta do projeto Pipe Poetics, integrando o Festival Internacional de Órgão de Braga, que acontece de 1 a 18 de maio em várias igrejas da cidade.

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Elsa Moura
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Sara Pereira
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