BE quer triplicar habitação pública em Braga e tornar Confiança no Museu da Cidade

O Bloco de Esquerda (BE) quer triplicar a habitação pública do concelho de Braga, transformar edifícios municipais em residências universitárias, tornar os TUB (Transportes Urbanos de Braga) gratuitos e converter a antiga Fábrica Confiança no Museu da Cidade.

Estas são apenas algumas das propostas que constam no programa eleitoral apresentado, esta quinta-feira, no Parque da Ponte.

As propostas estão divididas por três grandes áreas: “Braga para viver; Braga mais verde e Braga que avança”. 

Assumindo a habitação como “um problema antigo”, a candidata bloquista à Câmara Municipal, Alexandra Vieira, 

quer “aumentar para o triplo o número de fogos a preços acessíveis”. “Esse aumento passa por expandir a capacidade da Bragahabit de cerca de 600 habitações (0,7% de habitação pública no concelho) para 1800, o que significa adquirir e/ou reabilitar 1200 fogos, atingindo a média de Portugal de 2% de habitação pública”, explicou. 

O BE apresenta ainda como possibilidade a construção deste tipo de habitação “nos loteamentos municipais abandonados”. Para concretizar a medida, a autarquia teria que “abdicar de verbas próprias do orçamento, concorrer a programas nacionais, como o 1.º Direito, e a programas europeus”. “Há uma gestão do município que é necessária. Gastámos 100 mil euros numa Noite Branca e isso poderá equivaler a dois apartamentos T2”, exemplificou a candidata.

A escassez de alojamento para estudantes universitários é outras das preocupações do partido. O BE considera que só com “pressão junto do Governo” este flagelo poderá ter resolução, nomeadamente através da transformação de “edifícios camarários em residências” para estudantes do ensino superior. Entre as possibilidades estão “a antiga Escola D. Luís de Castro, o edifício militar, a Escola Francisco Sanches e alguns edifícios que funcionaram como repartições públicas e que estão devolutos”. “As antigas instalações do Tribunal, na Praça Conde de Agrolongo, que foram alienadas, estão em ruínas e davam para uma residência universitária”, apontou Alexandra Vieira.


TUB gratuitos e construção de central de camionagem junto à estação ferroviária são propostas do BE na mobilidade

Na mobilidade, outra bandeira da candidatura, o Bloco de Esquerda quer “previligiar o transporte coletivo público, que deve ser gratuito, criar corredores para bicicletas e autocarros e rever a rede de linhas que os TUB propõe”. Ainda nesta área, é proposta a “construção de uma nova estação de camionagem, preferencialmente numa interface com o caminho de ferro e os TUB”. “A atual central de camionagem seria para usufruto cultural e coletivo. Algures perto da estação de comboios era preciso que se localizasse a cental de camionagem, para que as pessoas pudessem usar os dois meios e conseguissem que os transportes públicos servissem efetivamente os seus interesses”, esclareceu a candidata.

A justiça climática é outra das lutas do Bloco de Esquerda. Alexandra Vieira prente criar uma entidade municipal, denominada “Braga Energia”, para a “comercialização de energia 100% renovável e a preços justos, assegurando o apoio à gestão da produção solar descentralizada baseada no autoconsumo coletivo e partilhado”.

Nesta área, é ainda proposta a instalação de painéis solares nas coberturas dos edifícios do parque habitacional municipal”. 


BE dúvida que CEC’27 deixe “lastro na cidade”

No programa eleitoral não é feita qualquer menção à candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura, em 2027. Alexandra Vieira diz que não concorda com “medidas exibicionistas”. “A Cultura tem que ser olhada como uma atividade que gera valor para a cidade. Uma candidatura permitirá gerar dinâmicas culturais, mas o que verificamos é que existe uma encomenda a uma empresa privada que está a fazer a preparação da candidatura e que, ocasionalmente, convida os artistas para fazer uma coisa qualquer. Não é algo estruturante e temos dúvidas que, mesmo que seja aprovada, deixe lastro na cidade, na medida em que as pessoas possam viver dessa atividade cultural”, justificou.  

Tranformar a Fábrica Confiança no Museu da Cidade, criar o programa “Há Cultura no meu Bairro”, com “um equipamento cultural cem cada freguesia, criar uma política de preços que garanta o acesso aos equipamentos culturais, aquisição e recuperação do Palácio Dona Chica e proceder à musealização do Recolhimento das Convertidas” são algumas das sugestões na área da Cultura. 

No programa eleitoral constam ainda propostas para a demolição do Bairro do Picoto, acabar com o estacionamento à superfície, interligar o Parque de São João da Ponte, o Monte Picoto, a zona envolvente ao Estádio 1º de Maio, ao Parque das Camélias, ao Fórum Braga e ao rio Este, expandir a velocidade máxima de 30 km/h a mais zonas do concelho, criar o pelouro da Ação Climática , para garantir a neutralidade climática do concelho até 2030, introduzir a bicicleta na frota de veículos municipais, criar uma rede de ciclovias de 75 quilómetros até 2025 ou partilhar a gestão do GNRation com as organizações juvenis.

Pode consultar o programa eleitoral aqui

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Liliana Oliveira
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Carolina Damas
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