Propostas para Braga chumbadas na AR por deputados eleitos pelo distrito dividem opiniões

A construção integral da Variante do Cávado, a linha ferroviária entre Braga e Guimarães e a expansão da ala cirúrgica do Hospital de Braga foram três das propostas apresentadas pelo PCP e chumbadas pelos deputados do PS eleitos pelo distrito de Braga, em sede de especialidade, no orçamento de Estado para 2024. O tema foi levantado no programa Praça do Município neste sábado, na RUM.

O sentido de voto não deixou indiferente Carlos Almeida, antigo vereador da CDU na autarquia bracarense e atual comentador do programa da Universitária, ele que também criticou os deputados eleitos pelo PSD, que optaram pela abstenção.

Falando de três propostas que “teriam um impacto muito significativo na qualidade de vida, na resolução de problemas muito concretos da população do concelho e da região de Braga e que foram chumbadas”, Carlos Almeida diz que “é revelador do que temos vindo a assistir, uma contradição insanável entre aquilo que PS e PSD dizem na região e, depois, as formas como se comportam nas votações, no Parlamento, relativamente aos mesmos assuntos”. Almeida deu o exemplo da moção, aprovada por unanimidade, na Assembleia Municipal de Braga, que defendia a construção da nova ala cirúrgica do Hospital de Braga, “uma necessidade identificada”. “Contou com os votos favoráveis desses partidos, mas, os deputados desses mesmos partidos na Assembleia da República chumbam a proposta que daria luz verde, em sede de orçamento de estado, no próximo ano, para a construção dessa nova ala. É assim neste caso como é na questão da linha ferroviária, na mobilidade”, acrescenta.

PCP tem todos os anos uma postura “Pai Natal” – João Granja


Já o comentador João Granja acusa o PCP de adotar “uma postura pai natal”, notando que se trata de uma “prática que vem de longe” e que consiste em “descarregar sacos de propostas para todas as regiões”. 

“Oferecer tudo para todos e depois outros fazem o papel de mau da fita. É uma postura que descredibiliza e prejudica. Provavelmente, se fizesse outro tipo de aposta poderia não conseguir três propostas para a nossa região, mas uma ou duas, ou até negociar com outros partidos e não tentasse marcar estes pontos isoladamente”, analisa.

Inclusivamente no que respeita à inclusão da Variante do Cávado, o comentador de direita admite que a atitude do PCP podia ter sido outra. Admite que o governo “não pode fugir a esta responsabilidade porque é uma prioridade absoluta para a região”. “Braga é uma cidade muito importante no país, este é um investimento que tem de ser feito com o apoio do Estado central e acho que os deputados do distrito de Braga se deviam unir para elaborarem um documento sobre isto, e, subscrever uma proposta ou uma recomendação. Se o PCP tivesse feito isto, sim, estaria a tomar uma grande iniciativa”, acrescenta.

“Acho que no mínimo deve haver uma declaração de voto” – Jorge Cruz


Já o comentador Jorge Cruz lembra as disciplinas e declarações de voto para tentar justificar o sentido de voto de deputados eleitos pelo distrito de Braga em propostas relacionadas com a região, e sublinha que os deputados eleitos sabem quais são as regras do jogo. 

“Não podemos dizer em boa verdade que os deputados são livres. São livres mas não podem votar aquilo que querem em determinadas matérias. A solução é vir embora porque não se querem sujeitar. Acho que, no mínimo, deve haver a declaração de voto, mas é também uma declaração de impotência e politicamente não interessa fazer isso. Aí, começo a dar razão ao Carlos [Almeida] porque, de facto, há um discurso aqui e há um discurso em Lisboa”, completa.

O programa Praça do município tem reposição hoje, às 20h00, na antena da RUM.

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Elsa Moura
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